Cuba

Nos passos de Hemingway em Havana

Bola da vez no Caribe, a capital cubana mantém atrativos históricos e bares e restaurantes frequentados pelo escritor norte-americano

Sáb, 10/02/18 - 02h00

Uma viagem a Cuba, para um leitor fiel de Ernest Hemingway, ficaria incompleta sem a visita a alguns dos pontos frequentados pelo autor de “O Velho e o Mar”, que morou na ilha entre 1939 e 1960. Vencedor do Nobel de Literatura (1954), ele adorava Cuba, e a influência desse país sobre ele não foi menor que a do escritor sobre a ilha. Seus livros são vendidos em lojas do governo, seu nome batiza drinks, sua fazenda se tornou um museu e turistas passeiam em seu antigo barco.

O tour começa no Museu Ernest Hemingway, em Finca La Vigía, localidade escolhida pelo norte-americano para morar, a 18 km da capital, na aldeia de San Francisco de Paula: um casarão inspirado na arquitetura colonial espanhola, no alto de uma colina verdejante.

Em Havana, os bares e restaurantes La Bodeguita del Medio e El Floridita são santuários da imagem icônica do escritor. No caso do Floridita, seu biotipo está plasticamente eternizado numa escultura posicionada em pé no balcão (com suas invariáveis bermudas e camisas de sarja), pronto para mais um daiquiri. A história diz, inclusive, que foi ali que ele ficou fascinado pelo drink à base de rum branco, suco de limão e açúcar.

Na Finca, no bar ou no mar

A cereja do bolo seria a inclusão no pacote de uma hospedagem no hotel Ambos Mundos, que conserva o quarto 511, onde o romancista escreveu “Por Quem os Sinos Dobram”, em pleno coração da velha Havana. “Suas janelas davam para a antiga catedral, e para a entrada do porto e para o mar pelo norte, e ao sul para a península de Casablanca e para os telhados

O mais cosmopolita dos escritores do século XX era feliz em Cuba. Quando não estava na Finca ou no Floridita, seu bar favorito, estava a bordo de seu iate Pilar, em épicas jornadas de pescaria ao largo de Cuba.

Hemingway e Fidel se encontraram uma única vez, durante um concurso de pesca em maio de 1959, antes de o dirigente se proclamar comunista. Castro ganhou o concurso, e o escritor entregou-lhe o troféu. As fotos que registraram esse encontro está hoje em destaque no melhor restaurante de Cojímar, a aldeia de pesca onde Hemingway costumava atracar seu barco. Fidel tinha à cabeceira “Por Quem os Sinos Dobram”, saga dos republicanos na guerra da Espanha: “Ensinou-nos muito sobre a tática de guerrilha”, confessou.

 

La Bodeguita del Medio e El Floridita são santuários da imagem icônica do escritor.


Em Habana Vieja, prédios históricos são preservados

O centro histórico (Habana Vieja) está passando por obras de preservação. Tudo está ficando pintadinho e conservado. Pouco mais de um ano após a morte de sua mais importante figura política, Fidel Castro, o centro antigão de Havana mantém vivas as lembranças do líder; não se dá dez passos sem ver uma foto do comandante.

Catedrais, praças, restaurantes, lojas de suvenires, tudo ali se faz a pé ou em bicitáxis (táxis improvisados em bikes com carrocinhas para até duas pessoas). Comece pelo Capitólio (semelhante ao de Washington), passe pelo Museu da Revolução (o palácio presidencial desocupado pelos combatentes e que ainda tem marcas de bala).

Pertinho dali, o Museu Nacional de Belas Artes (R$ 15) expõe obras do período colonial ao contemporâneo. Em cena, os principais nomes da arte cubana, como o modernista José Manuel Acosta (1895-1973), fundador da Associação de Pintores e Escultores de Havana.

A rua de pedestres é a Obispo, tomada de lojas, restaurantes, bares turísticos e cadecas (casas de câmbio). Tem uma farmácia antiga (R$ 6 a visita), e o Café Paris, onde se ouve salsa. Para comer bem sem gastar muito, vá ao Café Europa (lagosta grelhada a R$ 60, para dois).

 

Desfecho trágico

Opinião. Dez meses após a tomada do poder por Fidel Castro, em novembro de 1959, Ernest Hemingway declarou a jornalistas que a revolução fora o melhor acontecimento em Cuba.
Partida. Em julho de 1960 partiu discretamente, sem nunca mais regressar. A eclosão da Guerra Fria e o rompimento entre Cuba e EUA teriam obrigado a família do escritor a retornar a seu país de origem.
Depressão. Em entrevista ao “The New York Times”, em 1999, o filho do escritor, Patrick Hemingway, relatou que deixar Cuba foi um dos motivos da depressão do pai, que culminou no suicídio em 1961.


Mercaderes
Lojas de grifes e museus
Outra rua movimentada em Havana é a Mercaderes, com painel de época pintado. Por ali, está a Plaza Vieja, com lojas como Adidas e Benetton e feirinha com pôsteres de filmes clássicos cubanos, literatura latino-americana e relógios soviéticos, além dos museus do rum e do chocolate, igrejas e prédios antigos que abrigam unidades do governo.

Hotel
Ótimos drinkse exposição
Nessa área da Mercaderes, visite ainda o terraço do Hotel Ambos Mundos (que, aliás, expõe o quarto em que Hemingway morou), com ótimos drinques e vista bacana (vê-se a Plaza de Armas e o Castillo de la Real Fuerza, no caminho para o Malecón, o calçadão de Havana que te leva a Vedado, bairro descolado e cheio de cafés.


Turismo mojito
Bares na mirados famosos
Mas se a ideia é não escapar do “turismo mojito”, há dois bares obrigatórios: La Bodeguita del Medio, mais famoso pelo mojito e por personalidades que já estiveram por lá (como Lula e Regina Duarte), e El Floridita, onde Hemingway tomava seus porres de daiquiri. Megaturísticos, são lugares que pedem uma foto, que agora pode ser postada no dia.

Cuba
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