Na charmosa Caraíva, a 103 km ao sul Porto Seguro, carros não entram. Depois de deixar seu veículo no estacionamento, basta atravessar o rio e entregar as malas para um dos carroceiros do outro lado, já a postos para ganhar uns trocados. Na bagagem, não leve nada mais do que um par de chinelos, para não afundar os pés na areia fofa, uma lanterna, caso queira fazer uma caminhada à noite, e roupas leves.
Da primeira vez que fui a Caraíva, não havia luz elétrica, agora me contam que os caminhos estão um pouco mais iluminados. Uma década depois e Caraíva não se rendeu ao turismo de massa – ao contrário, até virou destino ecossustentável. As casinhas ainda são rústicas e coloridas, e o comércio – leia-se pousadas, restaurantes e bares – se concentra à beira-rio, até porque ali é o melhor lugar para se encerrar o dia.
Na baixa temporada, o vilarejo é um deserto, e quase tudo fecha cedo; na alta estação, o movimento mais comum é o bate-volta de quem se hospeda em Trancoso ou Arraial d’Ajuda, mas, nos últimos anos, o boca a boca tem resultado na maior permanência dos turistas. De dez anos para cá, também surgiram pousadas com mais estrutura, Barra, Lagoa e Casa da Praia, mas a maioria ainda é simples, mais ao estilo da vila.
Em Caraíva, ainda é possível caminhar na praia para se admirar as estrelas, sentar debaixo das amendoeiras para tirar um cochilo ou curtir um forro pé de serra nos barezinhos que margeiam o rio.
Na culinária, a representação do que há de mais genuíno é o Boteco do Pará, à beira do rio, com seus pastéis, entre eles o de arraia. De resto, há um pouco de tudo: lanches, hambúrgueres, pizzas, tapiocas, peixes, moquecas e comida regional.
Nesta edição, um roteirinho para você planejar sua viagem a Caraíva.
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