Tours

Praias e ecoturismo para se descobrir a Barra

Das praias quase selvagens ao ‘Pantanal carioca’, passando pela exuberante floresta da Tijuca, um Rio que conjuga urbanidade e natureza

Sáb, 16/12/17 - 02h00

Da porta de seu hotel, o guia da Jeep Tour apanha o grupo para um passeio de quatro horas pelas praias da zona Oeste, combinadas como uma visita ao Parque Nacional da Floresta da Tijuca, reserva de 3.953 hectares que corresponde a 3,5% da área da cidade do Rio. O tour começa na avenida Lúcio Costa, percorre 18 km de praias contínuas, cercadas por morros, costões e lagoas, com parada em um mirante para fotografias.

Pelo caminho, as praias da Barra, da Reserva, do Recreio, da Macumba, atualmente interditada, Prainha e Grumari. O tour, panorâmico, revela aos turistas praias só frequentadas pelos cariocas. Serpenteando a estrada, numa das curvas se avista a Prainha, cercada por morros e areia fofa. Com pequena estrutura, é só curtir o visual e degustar um petisco por ali mesmo.

O receptivo Jeep Tours oferece, além desse, passeios de dia inteiro que combinam Pão de Açúcar, Cristo Redentor, Floresta da Tijuca e Jardim Botânico, com parada para almoço. Por causa do conflito, o tour à favela da Rocinha foi suspenso. “Noventa por cento de nosso público é estrangeiro”, comenta o guia Luciano Almeida Gomes. “As favelas ficaram famosas no mundo todo por causa de filmes estrangeiros, como “Velozes e Furiosos” e “Incrível Hulk”, e brasileiros, como “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite”.

Pantanal carioca

O nome é curioso, Marapendi. E como quase toda denominação estranha no Brasil, tem uma origem indígena. Na língua tupi, marapendi significa “rio do mar raso”. O falante e extrovertido guia Rômulo Brito Júnior, proprietário do receptivo Barra Water Shuttle (BWS Tours), dá essa e muitas outras informações sobre o tour Pantanal Carioca, passeio idealizado a partir de sua observação das balsas que transportavam os moradores dos condomínios do outro lado do canal para a praia.

A geografia da Barra da Tijuca se desenvolveu entre as lagoas da Tijuca, Jacarepaguá e Marapendi, numa Área de Preservação Ambiental (APA), a Reserva de Marapendi. “Essa é uma região que o próprio carioca desconhece”, afirma Brito Júnior, um apaixonado por esportes náuticos que morou dez anos no Havaí (EUA). O tour de 25 km, com parada para almoço, passa por um ecossistema que, de tempos em tempos, sofre alagamentos.

“Eu brinco que você vai do Pantanal a Veneza”, afirma Brito Júnior. A maioria dos clientes – quase 90% – é de estrangeiros. O catamarã, com capacidade para até 14 passageiros, navega por uma região de mangues, matas e restingas preservadas, para visualizar animais da fauna local, como capivaras, micos, guaiamuns, garças, biguás e outras aves, mas a estrela das lagoas é o jacaré-de-papo-amarelo, boa parte deles ainda filhotes. A paisagem surpreende pelo contraste entre vegetação e condomínios e hotéis de luxo.

São três saídas diárias, às 11h, ás 14h e á17h, durante o horário de verão, cada uma delas de um jeito diferente. Quem pega a embarcação às 11h aproveita a ótima luminosidade; às 14h, o tour pode ser combinado com almoço em um dos restaurantes na ilha da Gigoia; e, às 17h, o mais recomendado, brinda com o espetáculo do pôr do sol na lagoa. O sucesso do tour já estimula Brito Júnior a criar outros tours para fidelizar os clientes.

 

[entrevista olho] Na chamada “Veneza carioca” está a maior ilha, a da Gigoia, que tem pousadas, hostel e restaurantes estrelados, como o Laguna [/entrevista olho]


Parque (I)
Trilhas até cachoeiras
Para o turista, há diversas maneiras de percorrer o Parque Nacional da Floresta da Tijuca – a pé, de bike ou de carro. O passeio pode ser feito por um dos sete acessos. Pegamos o caminho que leva à cascatinha, queda d'água de 30 m com poço para banho. Perto dali existia uma casa do pintor francês Nicolas Antoine Taunay, já demolida. O segundo pit-stop é na capela Mayrink, construída pelo visconde Antônio Alves Souto, em 1850. Da singela capelinha, segue-se a trilha até o centro de visitantes, com exposição permanente sobre a história do parque.

Parque (II)
O melhor mirante
Depois de breve passagem pela Mesa do Imperador – construção em pedra talhada onde dom Pedro II promovia seus almoços campestres –, a última parada é no Alto da Boa Vista para admirar um cenário de rara beleza. A 380 m, a Vista Chinesa é um mirante com construção em estilo oriental e panorâmica dos bairros da zona Sul, da lagoa Rodrigo de Freitas e, ao fundo, completando a moldura, do Cristo Redentor e do Pão de Açúcar em perspectiva única. No retorno, passagem pelo açude da Solidão e pela cascata dos Amores.


Os passeios

Jeep Tour. Combina a floresta da Tijuca com as praias da zona Oeste do Rio
Preço: R$ 160 por pessoa
Contato: (21) 3486-6379 / 6384 / 2108-5800 ou reservas@jeeptour.com.br

Pantanal Carioca. Passeio de catamarã de três horas, percorrendo cerca 25 km das lagoas da Tijuca e de Marapendi, oferecido pela Barra Water Shuttle.
Preço: R$ 140 por pessoa (inclui água, mate e salgados variados).
Contato: (21) 3942-0209 ou info@bws.tur.br

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