Rio da Janeiro

Reduto boêmio é repaginado sem perder essência

Bairro da Lapa ganha hotelaria de luxo, novas casas noturnas e mantém vivas atrações tradicionais como a Feira do Rio e a Escadaria Selarón

Sáb, 03/02/18 - 02h00

Visitar o Rio de Janeiro para além de praias e zona Sul pode proporcionar ao turista um verdadeiro mergulho na história do país. Na Lapa, tradicional bairro boêmio do centro, a rua Riachuelo foi o cenário do romance realista “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, publicado em 1899. Em meio aos casarões seculares – muitos deles destruídos e abandonados pelo poder público –, o visitante revive os passos de Bentinho e Capitu, quando a rua ainda era conhecida como Matacavalos, uma das principais vias da cidade na época da Colônia e do Império.

Para os apaixonados por cultura e história, a experiência de descobrir o centro do Rio é ainda mais inspiradora se a hospedagem incluir um imponente casarão no número 124 da rua Riachuelo, construído em 1844 pelo Conde de Leopoldina, onde, certamente, Machado de Assis teria circulado muitas vezes. É com essa proposta que o Hotel Vila Galé, o primeiro do grupo português na Cidade Maravilhosa, recebe seus hóspedes desde 2014.

A reforma e a restauração do prédio devolveram à paisagem da Lapa o palacete, listado como imóvel de preservação histórica. Antes, o casarão abrigou o Hotel Magnífico, nas décadas de 30 e 40, e o Colégio Mabe, entre 1943 e 2011. O resultado das intervenções é a junção de história, modernidade e conforto.

A boa localização do hotel permite que o turista chegue aos Arcos da Lapa com cinco minutos de caminhada. Mais cinco minutos à frente e lá está a escadaria Selarón ou escadaria do Convento de Santa Teresa, que une a Lapa ao bairro de Santa Teresa. A passagem de 215 degraus é decorada com mais de 2.000 azulejos recolhidos entre mais de 60 países do mundo. Um atrativo que vale o esforço. O bondinho sobre os arcos é a alternativa mais charmosa para quem não quiser andar a pé.

Cansou-se com a subida? O bairro de Santa Teresa é, talvez, um dos locais do Rio que mais remetem a Lisboa, a capital portuguesa. E nele, reduto de artistas, diversos bares e restaurantes oferecem um chope estupidamente gelado, além do tradicional bolinho de bacalhau português. Próximo à escadaria, alguns metros ladeira acima, está o Centro Cultural Parque das Ruínas, que funciona em um antigo palacete, onde morou uma das maiores mecenas das artes da cidade, Laurinda Santos Lobo.

A noite na Lapa também dispensa comentários e o ponto nevrálgico dos mais tradicionais bares está a apenas duas quadras do Vila Galé. Entre a avenida Mem de Sá e rua do Lavradio, a variedade de bares atende a todos os gostos.

 

“Além do agito da Lapa, o turista descobre a facilidade de se chegar aos principais atrativos”, diz Vasco Pinheiro, gerente geral do Vila Galé


Lavradio abriga feira popular

No primeiro sábado de cada mês há ainda um ótimo programinha diurno: a Feira do Rio Antigo, na rua do Lavradio, com exposições de antiguidades, artesanato e vestuário. Cerca de 600 barracas tomam as calçadas, enquanto a via, fechada ao tráfego, é tomada pela multidão de clientes.

Há produtos de todo tipo: roupas novas e usadas, objetos de decoração, CDs e discos de vinil. Mas, principalmente, arte. A feira é um espaço para artesãos e artistas plásticos do circuito cultural do Rio, que ainda não caíram no radar popular, apresentarem seus trabalhos.

Primeira rua residencial do Rio, a Lavradio foi aberta por volta de 1770 pelo vice-rei, Marquês do Lavradio, para que servisse de passagem dos Arcos da Lapa ao largo do Rocio, hoje praça Tiradentes. Ao longo dos anos, a rua teve moradores e frequentadores ilustres da história da cidade – o jornalista João do Rio e os escritores Lima Barreto e Machado de Assis, além de Carmem Miranda e Madame Satã.


Hotel cria pacote com visitas a novos atrativos

Explorar a riqueza cultural no centro do Rio é uma fonte inesgotável de atrativos, e a praça Mauá e seu entorno, que reúne o Porto Maravilha e a Orla Conde, é simplesmente imperdível. A região foi toda revitalizada e concentra, entre outras novidades, o AquaRio, o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (MAR), mas pode doer no bolso.

Perfeito para quem quer conhecer os três lugares, o Vila Galé lançou o pacote All Inclusive Cultural. Com valores a partir de R$ 998 para dois adultos e uma criança de até 12 anos, o pacote inclui duas noites de hospedagem com café da manhã, um jantar no restaurante Versátil (com uma bebida não alcoólica incluída), lanche e ingressos.

“As atrações estão localizadas nas redondezas do hotel, permitindo que os hóspedes tenham fácil acesso ao centro cultural da capital carioca”, explica o administrador, Gonçalo Rebelo de Almeida. Acredite, o preço do pacote compensa.


Inspiração portuguesa e carioca

Decoração. Como a rede Vila Galé é portuguesa, a decoração do hotel é toda inspirada na história luso-brasileira: no hall, destacam-se imagens da família real, incluindo dom João VI, e de documentos da época da chegada da Corte.
Rio Antigo. Já na recepção, os hóspedes entram no clima do Rio Antigo com desenhos que mostram como era a região. Antes do hotel, o imóvel abrigava o Colégio Mabe.


Serviço

Pacote: Carnaval histórico

Parceria com a Mangueira. O Vila Galé tem ainda um pacote irresistível para a festa momesca no Rio de Janeiro, em parceria com a escola de samba Mangueira. 

Preço: A partir de 6 x de R$ 232 por pessoa, o hotel oferece pacote de quatro noites de hospedagem em apartamento duplo, com café da manhã, convite open bar e open food para a feijoada da escola de samba no sábado (10/2) e abadá oficial do evento, além de convite para o Baile de Carnaval do próprio hotel (open bar) na segunda-feira (12/2).

Reservas e informações: (21) 2460-4500 ou rio.reservas@vilagale.com 

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