Passeios

Uma viagem no tempo até Sintra

De belíssimos palácios, eleitos Patrimônio Cultural da Humanidade, ao novo terminal de trem projetado pelo mais renomado arquiteto espanhol da atualidade

Sáb, 22/07/17 - 03h00

Se a área da Baixa e do Chiado, que abriga um pujante centro comercial, repleto de grifes internacionais, precisou ser completamente reconstruída, aos poucos, Lisboa começa a crescer em direção à zona Leste. A área – onde fica o Parque das Nações, desenvolvido para sediar a Exposição Internacional de Lisboa de 1998, que celebrou os 500 anos dos descobrimentos portugueses – abriga atrações diversas, entre elas o Oceanário, com cinco ambientes que reproduzem os ecossistemas das faunas marinhas. 

Surpresas no Teleférico

Na mesma calçada do Oceanário fica o acesso para a Telecabine Lisboa (teleférico), que corre sobre o Parque das Nações. Do alto, essa é uma das partes mais surpreendentes da histórica Lisboa, onde se vê também despontar a arquitetura contemporânea, com arranha-céus, vidros e metais.

A região é atendida pela Gare do Oriente, de onde partem trens para todo o país e o exterior. O projeto da obra tem a assinatura do espanhol Santiago Calatrava, responsável pelo Museu do Amanhã, no Rio, pela Ponte da Mulher, em Buenos Aires, e pela estação Oculus (novo centro de conexões de transporte urbano do World Trade Center, em Nova York), entre outros ícones da

Palácios e queijadinhas

Perto dali, em outro centro urbano, o empenho é para preservar tudo rigorosamente igual através dos séculos. Em 1995, parte da pequena cidade de Sintra, no distrito de Lisboa, foi reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. O feito impulsionou o lugarejo, a apenas 40 minutos da capital, como destino turístico.

O casario antigo, os azulejos e os palácios são a marca da cidade, como o Palácio Nacional de Sintra (ou Palácio da Vila), com arquitetura de inspiração árabe, e o Palácio da Pena, com traços românticos, próprios do estilo neomanuelino.

A Quinta da Regaleira é outro ponto de visita. Seu conjunto arquitetônico e os jardins com lagos, estátuas, túneis, grutas e cachoeira compõem um cenário de beleza cinematográfica. Não perca duas das principais atrações do local: o Poço Imperfeito e o Poço Iniciático, parte da galeria de túneis.

Entre uma atração e outra, a fábrica das Queijadas da Sapa merece uma parada. É a casa mais procurada para degustar a queijadinha, representante da local doçaria conventual portuguesa.

 

Em Sintra, vá à fábrica das Queijadas da Sapa, a mais procurada para degustar a queijadinha, ícone local da doçaria conventual portuguesa

 

Mais em Sintra

Palácio de Seteais: Icônico palácio do século XVIII, hoje transformado em hotel.

Castelo dos Mouros: De arquitetura medieval, contribuiu para o título de Patrimônio da Humanidade.

Palácio de Monserrate: Exótica mansão com extensos jardins tropicais.

Serra de Sintra: Cordilheira de 16 km é muito utilizada para trilhas e escaladas, com o sol iluminando a parte ocidental até tarde.

Praia da Adraga: Situada a 12 km da cidade, é considerada uma das melhores de Portugal e predileta dos surfistas.


Aqueduto histórico ainda abastece Lisboa

Lisboa é reconhecida por preservar o passado sem deixar de reverenciar o presente. Acostumou-se a isso na marra, quando, em 1755, um sismo, seguido de um maremoto, devastou a área plana da cidade e deixou pelo menos 10 mil mortos.

Se a natureza obrigou Lisboa a se renovar, poupou aquilo que se tornaria uma marca de sua paisagem: o Aqueduto das Águas Livres, com 58 km de extensão, construído anos antes, no reinado de dom João V. A estrutura ainda abastece a cidade com águas do Vale da Ribeira do Carenque e é aberta a visitação.

Onipresente na vida, na paisagem, na história e na literatura portuguesas, o Tejo, de onde as caravelas lusitanas partiram para formar um grande império, não tem águas apropriadas para consumo – têm alta salinidade devido à proximidade com o Atlântico.

Suvenir

Para quem quiser levar uma lembrança de viagem, a cortiça é boa opção. Mas não garrafas de vinho verde ou do Porto, que levam rolhas produzidas com esse material. Produto mais exportado por Portugal, a cortiça é matéria-prima para presentes criativos, como bolsas, chapéus, cordões e até mesmo gravatas, que exigem perícia para o nó.