Relacionamento

Viagem em clima de lua de mel termina em tragédia na Serra do Cipó

Casal havia reatado namoro no fim do ano passado e viajou para celebrar o reencontro

Ter, 07/01/14 - 21h20
Passeio. Na imagem, advogados durante a festa de réveillon deste ano; cada um deixa dois filhos, de relacionamentos anteriores | Foto: Arquivo Pessoal

Depois de cerca de um ano de namoro, em 2010, e algumas idas e vindas, o casal Alexandre Werneck de Oliveira, 46, e Lívia Viggiano Rocha Silveira, 39, tinha acabado de retomar o relacionamento, no fim do ano passado. A viagem para a Serra do Cipó, na região Central de Minas, na última sexta-feira, foi planejada como uma espécie de lua de mel após o reencontro. A felicidade dos dois, no entanto, foi interrompida por três criminosos, que os fizeram vítimas de latrocínio (roubo seguido de morte), para levar dinheiro e celulares. Cada um deles deixa dois filhos adolescentes, de relacionamentos anteriores.

“Os dois formavam um casal lindo e viajaram para comemorar a união”, contou a irmã de Lívia, Erlane Viggiano Rocha, 49. “Enquanto não acharem os corpos deles, ainda temos esperança. Não conseguimos acreditar nisso”, completou Erlane, no início da noite desta terça.

O plano do casal era retornar para Belo Horizonte antes do aniversário de Oliveira, no domingo, que seria comemorado com o irmão caçula do advogado, Rogério Werneck de Oliveira. “Passamos o domingo inteiro ligando para os celulares dele e da namorada, mas os dois estavam desligados”, contou o pai de Oliveira, José Werneck Debiano.

História. De acordo com familiares das vítimas, os advogados se conheceram por meio da profissão. Ele trabalha há 25 anos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), boa parte desse tempo como assessor jurídico do Procon da Casa. Já Lívia, bacharel em direito, atuou de janeiro de 2009 a junho de 2010 como estagiária no mesmo setor.

Foi nessa época que teve início o relacionamento. Familiares dos dois contaram que eles se davam muito bem, eram tranquilos e não tinham um histórico de discussões. Lívia morava com os filhos, uma menina de 13 anos e um menino de 16, e atualmente trabalhava como artesã, na confecção de pulseiras e arranjos. “Eles eram simpáticos demais, não tinham problemas”, disse Erlane Rocha. Oliveira também vivia com os filhos, dois garotos, de 15 e 13 anos. (Com Bárbara Ferreira)

Dificuldade

Buscas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a mata fechada e a longa extensão do rio Santo Antônio, onde o casal teria sido jogado pelos suspeitos, são fatores que dificultam as buscas.

Família fica na capital à espera de notícias da busca na serra

Familiares do advogado Alexandre Werneck de Oliveira e da advogada Lívia Viggiano Rocha Silveira estavam reunidos na tarde de ontem à espera de notícias sobre as investigações. O pai do advogado, José Weneck Debiano, disse que sua vontade era ir para a Serra do Cipó, na região Central, onde o casal desapareceu, para acompanhar as buscas de perto, mas que tinha de ficar ao lado de sua mulher, que estava muito abalada com o sumiço do filho.

Mesmo após os suspeitos terem dito à polícia que mataram o casal e jogaram os corpos no rio, a família ainda tinha esperança de encontrá-los vivos. Segundo a irmã de Lívia, Erlane Viggiano Rocha, 49, os filhos de Lívia tinham acabado de chegar de uma viagem para o Nordeste quando souberam da notícia do desaparecimento. “Eles ficaram no sítio da avó à espera de informações”, disse ela.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.