O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (6) que há uma grande probabilidade de um encontro com Vladimir Putin, líder da Rússia, acontecer em um futuro próximo.
"Existe uma alta probabilidade de que haja uma reunião muito em breve", declarou a jornalistas após a Casa Branca confirmar que Trump está aberto a um encontro com Putin para tentar pôr fim à guerra na Ucrânia.
Antes disso, Trump disse que está disposto a se reunir com seus pares russo e ucraniano, para tentar encerrar a guerra na Ucrânia. Ele deu essa declaração após classificar como "muito produtiva" a reunião entre seu enviado, Steve Witkoff, e o líder russo, Vladimir Putin. O encontro, porém, segundo funcionários americanos, não evitará sanções aos países que comprarem petróleo e armas da Rússia.
"Houve uma conversa bastante útil e construtiva", disse o conselheiro de Putin, Yuri Ushakov, após o encontro, que durou três horas.
"Os russos expressaram seu desejo de se reunir com o presidente Trump, e o presidente está aberto a se encontrar tanto com o presidente Putin quanto com o presidente Volodimir Zelensky", informou a Casa Branca.
Essa possibilidade foi discutida em conversa telefônica entre Trump e Zelensky, da qual participaram o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, e os líderes de Reino Unido, Alemanha e Finlândia, segundo um funcionário do alto escalão da Ucrânia.
Ameaça de sanções
A Casa Branca não detalhou oficialmente quais serão suas ações contra a Rússia, mas Trump havia ameaçado previamente impor "tarifas secundárias" aos principais parceiros comerciais de Moscou, como China e Índia. Ele ordenou hoje um aumento de 25% nas tarifas sobre os produtos indianos, devido à compra contínua de petróleo russo por Nova Delhi.
Sem citar Trump, o Kremlin considerou ontem "ilegítimas" as ameaças de aumento das tarifas aplicadas aos parceiros comerciais da Rússia.
A campanha russa contra a Ucrânia já matou dezenas de milhares de pessoas desde fevereiro de 2022, destruiu grandes áreas daquele país e obrigou milhões de pessoas a fugir de casa. As três rodadas de negociações entre Moscou e Kiev na Turquia não resultaram em avanços para um cessar-fogo.
A Rússia pede que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que o país renuncie ao fornecimento de armas ocidentais e ao projeto de adesão à Otan. Kiev considera essas condições inaceitáveis.
Retórica nuclear
Trump está cada vez mais frustrado com Putin. O Exército russo lançou 6.297 drones contra a Ucrânia em julho, um recorde desde o começo da invasão, segundo um levantamento feito pela AFP com base em dados de Kiev. As tropas russas também aceleraram seu avanço por terra.
As relações entre Moscou e Washington se tornaram ainda mais tensas na semana passada, depois que Trump enviou dois submarinos nucleares em resposta a declarações do ex-presidente russo Dmitri Medvedev, sem dar detalhes sobre a ação.
A Rússia, por sua vez, suspendeu uma moratória sobre o posicionamento de armas de médio alcance e acusou os Estados Unidos de reacender a corrida armamentista.