A União Europeia tem de ir em frente com o anúncio de novas sanções econômicas contra a Rússia, disse nesta quarta-feira (10) a chanceler alemã, Angela Merkel, acrescentando que, de qualquer modo, elas poderão ser suspensas se houver progressos substanciais no plano de paz para a Ucrânia.
"Em vista da situação atual, que, de fato, trouxe uma melhoria em relação às atividades militares -não é um cessar-fogo total, mas é uma melhoria-, e a falta de clareza em muitos outros pontos que citei, somos a favor de que essas sanções sejam implementadas agora", declarou Merkel ao Parlamento alemão.
A chanceler acrescentou que a Alemanha seria "a primeira" a recomendar a suspensão das sanções se um plano de paz de 12 pontos para a Ucrânia for implementado com sucesso.
A União Europeia aprovou novas sanções na segunda-feira, mas adiou sua implementação para avaliar o cessar-fogo entre o Exército ucraniano e os separatistas que entrou em vigor na sexta (5), como parte do plano de paz.
Os países da União Europeia irão discutir nesta quarta-feira se implementam as novas sanções contra a Rússia.
A UE, os Estados Unidos e a Ucrânia acusam a Rússia de armar os rebeldes separatistas da Ucrânia e enviar tropas ao país. Moscou nega as alegações.
O pacote de sanções inclui restrições de financiamento a bancos e petrolíferas estatais russas e ampliação da lista de indivíduos que não podem entrar na UE e que terão seus bens congelados, além de novas limitações à venda de produtos que podem ser usados para fins civis e militares.
Mais sanções
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko assinou uma lei que abre caminho para a imposição de sanções econômicas contra empresas e pessoas, segundo a agência de notícias Interfax informou nesta quarta.
A lei, aprovada pelo Parlamento da Ucrânia no mês passado, deve ter como alvo empresas e indivíduos na Rússia suspeitos de apoiar e de financiar os separatistas do leste.
O governo já preparou uma lista de 172 pessoas (russos e de outros países) e de 65 empresas russas, incluindo a gigante de exportação de gás Gazprom.
Já a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) é a favor de adiar a implementação de sanções para dar mais chance ao cessar-fogo e a um processo político de resolução da crise.