ELEIÇÕES

"América mais justa e igualitária", diz Barack Obama sobre 'midterms' nos EUA

Para o ex-presidente, ainda há caminho para avanço dos democratas nos próximos anos, na tentativa de frear o movimento liderado por Donald Trump

Por Simon Nascimento*
Publicado em 09 de novembro de 2022 | 19:51
 
 
 
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Ex-presidente dos Estados Unidos e um dos nomes mais fortes do partido Democrata, Barack Obama demonstrou satisfação com as prévias dos resultados das ‘midterms’ - eleições de meio mandato - para diversos cargos do Congresso e em outras posições. No Twitter, Obama afirmou que o cenário, destoante das previsões que previam vitória maciça dos Republicanos, indicam um desejo de liberdade, justiça e igualdade. 

“Nesta eleição, milhões de pessoas votam por uma América mais justa, mais justa, mais igualitária e mais livre”, publicou Barack Obama. Ele ainda afirmou que os resultados ainda estão aquém do esperado pela base do atual presidente Joe Biden. “Ainda não chegamos lá, mas isso nos mantém avançando. Nossa democracia é resiliente enquanto permanecermos engajados e ativos entre as eleições”, complementou. 

Projeções 

As prévias das eleições nos Estados Unidos indicam que os republicanos se aproximam de uma maioria na Câmara dos Representantes do Congresso, mas ficaram sem a tão sonhada "onda vermelha" nas eleições de meio de mandato, nas quais os democratas de Joe Biden superaram as expectativas em um país muito polarizado.

Foi uma noite decepcionante para Donald Trump, que contava com um resultado espetacular nas urnas para impulsionar sua candidatura à Casa Branca em 2024, após prometer que fará "um grande anúncio" em 15 de novembro.

Trump ainda foi testemunha do triunfo contundente de Ron DeSantis, o grande vencedor das "midterms", que garantiu mais uma mandato como governador da Flórida e é apontado como principal adversário do magnata na disputa pela indicação presidencial pelo Partido Republicano.

DeSantis, de 44 anos, um crítico das restrições impostas na pandemia e dos direitos das pessoas transgênero, venceu por quase 20 pontos percentuais. "Estou apenas começando a lutar", alertou o governador reeleito em seu discurso da vitória.

Nestas eleições de meio de mandato, que costumam punir o partido no poder, são renovados toda a Câmara dos Representantes e um terço dos assentos do Senado, além de vários postos de governador e de legislativos locais.

Como previsto, o duelo pelo controle do Senado é implacável. Com três assentos ainda em disputa, a Câmara alta parece indicar que permanecerá sob controle democrata, mas isso poderia depender de um segundo turno na Geórgia em dezembro, já que nenhum dos candidatos superou os 50% dos votos neste estado do sul dos Estados Unidos.

Para castigar Biden, os republicanos precisavam de apenas um assento a mais para tomar o controle do Senado, atualmente dividido. No entanto, o único assento que mudou de mãos foi para os democratas na Pensilvânia, onde John Fetterman, um defensor das políticas econômicas progressistas, derrotou o midiático médico Mehmet Oz, apoiado por Trump.

O senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, um dos principais aliados de Trump, admitiu sem rodeios que as eleições "não foram uma onda republicana, isso é certo". Na Câmara dos Representantes, porém, a história é outra. Apesar da aposta em uma onda vermelha nas urnas que não se concretizou, os republicanos aparecem como prováveis vencedores e deverão ter uma maioria na Câmara baixa de 435 membros pela primeira vez desde 2018.

O líder do partido na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, que chegou a prever 60 assentos de vantagem sobre os democratas, preferiu olhar para o resultado com otimismo. "Está muito claro que vamos retomar a Câmara", disse.

(AFP*)

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