O candidato democrata à presidência Joe Biden expressou preocupação de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tente “roubar” as eleições de novembro ou se recuse a deixar o cargo se perder, em comentários que provocaram críticas da Casa Branca que o acusou de lançar teorias da conspiração.
“Minha maior preocupação” é que “esse presidente tente roubar essa eleição”, disse Biden.
Biden fez esses comentários no The Daily Show, transmitidos na quarta-feira, durante uma discussão sobre a supressão de eleitores.
O tema ganhou força nesta semana após eleições caóticas em alguns estados, incluindo a Geórgia, onde as máquinas de votação registraram falhas, causando longas filas e frustração entre os eleitores.
“Esse é um cara que disse que todas as cédulas por correio são fraudulentas”, disse o ex-vice-presidente de 77 anos sobre Trump.
Perguntado pelo apresentador Trevor Noah se ele considerou que Trump poderia não deixar o cargo, mesmo que não fosse reeleito, Biden disse que sim, mas afirmou que acreditava que os militares, se necessário, assegurariam uma transição pacífica de poder.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, classificou os comentários de Biden como “ridículos”.
Trump tuitou repetidamente nas últimas semanas sobre a votação, incluindo uma queixa de 24 de maio, sem provas, observando que “os democratas estão tentando fraudar as eleições de 2020, pura e simplesmente”.
Um tuíte publicado dois dias depois, no qual Trump disse que “não há maneira” de que as cédulas de voto por e-mail sejam “nada menos que substancialmente fraudulentas”, rendeu ao presidente sua primeira verificação de fatos no Twitter, que marcou a postagem como enganosa.
Os constantes apelos de Trump para proibir a votação pelo correio, mesmo durante uma pandemia que muitos americanos preocupam-se com a exposição desnecessária ao coronavírus, alimentaram as preocupações dos democratas.
Biden disse que vários estados estão tomando medidas para dificultar o voto das pessoas e, para evitar isso, enviará monitores “a todos os distritos do país para patrulhar” privações do direito ao voto.