Pandemia

Bolsonaro diz a apoiadores que isolamento social vai causar desemprego no país

Presidente recebeu militantes na porta do Palácio da Alvorada, criticou imprensa, mas evitou comentar protestos

Por Estadão Conteúdo
Publicado em 07 de junho de 2020 | 14:42
 
 
 
normal

O presidente da República, Jair Bolsonaro, conversou com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada neste domingo (7), mas evitou fazer comentários sobre as manifestações que ocorrem em Brasília e outras cidades do país.

Bolsonaro, que tem participado de aglomerações aos fins de semana, voltou a dizer aos apoiadores que as medidas de isolamento social são de responsabilidade dos prefeitos e governadores e vão causar desemprego.

"O Supremo Tribunal Federal decidiu que governadores e prefeitos são responsáveis por essa política, inclusive, de isolamento. Agora está vindo um maior desemprego, enorme aí, de formais e pessoal informal também. Não queiram botar no meu colo", disse.

"Isso compete aos governadores, a solução desse problema que está acontecendo quase que no Brasil todo", acrescentou.

Ofensiva

Em novo ataque a meios de comunicação, o presidente disse que "a imprensa é desonesta".

"Tem imprensa ouvindo aqui e eu não posso ficar muito à vontade. Você entende o que estou fazendo aqui e o que eu não estou fazendo", disse a um apoiador.

A um grupo de eleitores que vieram do estado da Amazônia que criticavam a atuação do Ibama, Bolsonaro disse que o governo está "preocupado".

Ele voltou a dizer que índios são utilizados como "massa de manobra" por organizações não governamentais e que países interessados na região.

"A Amazônia é visada pelo mundo todo, não é à toa que tem várias ONGs lá, não é de hoje. Pretendem nos tornar mais fracos na Amazônia. O que vários países que estão de olho é na riqueza e diversidade que tem lá. Eu dei um freio de arrumação. Todo mundo aqui é favorável a índio, que é nosso irmão, mas o índio sempre foi massa de manobra nessas questões aí", disse Bolsonaro.

Bolsonaro comentou, ainda, a prisão de um ex-secretário estadual em Santa Catarina, Douglas Borba, em uma operação que investiga a compra, sem licitação e com pagamento adiantado de R$ 33 milhões, de 200 respiradores usados no tratamento da Covid-19.

"Roberto Jefferson falou do Covidão", disse o presidente, citando o ex-deputado condenado no mensalão e, agora, seu aliado

O presidente rebateu um apoiador que falou sobre preocupações da sociedade civil.

"Vou corrigir. Não tem sociedade civil, é sociedade. Isso (sociedade civil) inventaram para tirar militar de fora. Quando quer sacanagem, tira militar de fora", disse o presidente.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!