Tensão

Conflitos na fronteira entre Venezuela e Brasil deixam mais quatro mortos

Dois caminhões que levavam mantimentos da Colômbia para a Venezuela foram queimados na ponte Santander

Por Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2019 | 18:55
 
 
 
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Fortes confrontos ocorreram na tarde desse sábado nas fronteiras venezuelanas com o Brasil e a Colômbia, quando caminhões e manifestantes tentaram romper os bloqueios militares para fazer entrar a ajuda humanitária enviada pelos EUA. 

Quatro pessoas morreram na cidade venezuelana de Santa Elena De Uairén por disparos de armas de fogo usadas pelos militares, segundo funcionários de saúde venezuelanos. Outras 285 pessoas ficaram feridas, segundo balanço do governo colombiano. A cidade fica próxima à fronteira com o Brasil. No total, 42 pessoas teriam ficado feridas. Algumas foram transferidas para hospitais no Brasil, quatro com ferimentos a bala.

Em Pacaraima (RR), segundo moradores, forças de segurança impediram manifestantes de se aproximar da fronteira com bombas de gás lacrimogêneo.

Dois caminhões que levavam mantimentos da Colômbia para a Venezuela foram queimados na ponte Santander, que liga Cúcuta, na Colômbia, à Ureña, segundo o departamento de migração da Colômbia. Nuvens de fumaça negra subiram e se espalharam pelo ar. O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou o rompimento das relações com a Colômbia. 

Os caminhões estavam em uma caravana de quatro veículos que tentaram seguir viagem depois que os manifestantes romperam uma barreira de obstáculos erguida pela Guarda Nacional Venezuelana. Uma multidão tentou retirar as caixas com os suprimentos dos caminhões enquanto o fogo destruía os carregamentos.

Protocolo de Genebra. “O regime usurpador se vale dos atos mais vis e tenta queimar um caminhão com ajuda humanitária que se encontra em Ureña. Nossos valentes voluntários estão fazendo uma corrente para proteger a comida e os remédios”, escreveu em uma rede social o líder oposicionista Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de 50 países. 

“O regime usurpador viola o Protocolo de Genebra, no qual se diz claramente que destruir ajuda humanitária é um crime de lesa-humanidade”, afirmou Guaidó. Antes, militares e policiais lançaram gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes, deixando ao menos seis feridos, nas pontes Simón Bolívar e Santander, que ligam a cidade colombiana de Cúcuta a San Antonio e Ureña, na Venezuela.

Na linha de frente, os manifestantes jogavam pedras para tentar forçar o recuo dos militares. A fronteira entre os dois países foi fechada na noite de sexta por ordem de Maduro.

Os feridos são manifestantes que faziam parte de uma “corrente humanitária”. “Eles começaram a disparar à queima-roupa como se fôssemos criminosos”, afirmou o lojista Vladimir Gomez, 27, com uma camiseta branca manchada de sangue. “Sou dona de casa, estou aqui lutando pela minha família, por meus filhos, por meus pais, resistindo ao gás lacrimogêneo dos militares”, afirmou Sobeida Monsalve, 42.

 

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