Berlim, Alemanha. Potências ocidentais (Comissão Europeia, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos ) excluirão bancos russos da plataforma Swift, anunciaram há pouco neste sábado (26). As instituições sancionadas - cujo número não foi esclarecido - serão "cortados dos fluxos financeiros internacionais, o que reduzirá substancialmente suas operações globais", destacou o governo da Alemanha.
Swift, fundamental em transações internacionais, é agora parte de um arsenal de sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia
Após uma reunião com os representantes das nações, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, confirmou por twitter que a medida atingirá "um certo número de bancos russos", o que afetará as importações e exportações da Rússia.
First, we commit to ensuring that a certain number of Russian banks are removed from SWIFT.⁰
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) February 26, 2022
It will stop them from operating worldwide and effectively block Russian exports and imports.
Também em uma declaração por vídeo, Leyen afirmou que, em coordenação com Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Canadá e Reino Unido, a Comissão Europeia estaria apresentando medidas para reforçar a resposta à invasão russa à Ucrânia, com objetivo de "mutilar a habilidade de Putin de financiar sua máquina de guerra".
Além da exclusão do Swift, Leyen afirmou que os bens do Banco Central russo serão paralisados, o que deve congelar suas transações. Ela acrescentou, ainda, que a Comissão trabalhará para "proibir oligarcas russos de usarem seus bens financeiros em nossos mercados".
Tais decisões isolam ainda mais a Rússia no cenário internacional. "Putin embarcou em um caminho com o objetivo de destruir a Ucrânia, mas o que ele também está fazendo, de fato, é destruir o futuro de seu próprio País", afirmou a presidente da Comissão Europeia.
Casa Branca
Quase simultaneamente, a Casa Branca também comunicou pelas redes sociais a decisão de banir instituições financeiras russas do Swift. "Essa medida assegurará que serão desconectados do sistema financeiro internacional e atingir duramente sua capacidade de operar globalmente", diz o comunicado norte-americano.
As a result of Putin’s ongoing assault on Ukraine, @POTUS and the leaders of the European Commission, France, Germany, Italy, the UK, and Canada decided to take specific measures to further isolate Russia from the international financial system.
— The White House (@WhiteHouse) February 26, 2022
https://t.co/eZnPteQWD1
O que é o Swift?
O Sistema de Telecomunicações Financeiras envolvei mais de 11 mil instituições de 200 países, realizando mais de 42 movimentações por dia.Ela fornece aos bancos comunicação segura e rápida para a movimentação de valores entre os países
A Rússia é o segundo maior participante do Swift, com mais de 300 instituições (atrás apenas dos EUA). Não é a primeira vez que os bancos russos ficam sob a mira desta ameaça. Em 2014, durante a invasão da Crimeia, cogitou-se a sanção. Especialistas calculavam que isso poderia significar a perda de 5% do PIB do país, algo em torno de US$ 70 bilhões
Reflexos para o Ocidente
Vários bancos europeus têm subsidiárias na Rússia. Os mais expostos são o Société Générale da França, o Unicredit da Itália e o Raiffeisen Bank International da Áustria. Eles sofreram na quinta-feira (24) na Bolsa, mas "no momento não sofrem consequências jurídicas", explica Stephen Le Vesconte, advogado do escritório Linklaters, embora "vão operar em um país onde a moeda perde valor e a inflação pode aumentar drasticamente".
Eles terão que deixar de lado seus clientes se os ativos de alguns deles forem congelados. Em termos de contribuição para o volume de negócios, “a exposição dos bancos europeus é hoje muito menos forte do que a dos bancos gregos em 2010”, relativiza também Éric Dor, diretor de estudos econômicos do IESEG, entrevistado pela AFP