Recebeu alta e já está em um abrigo o bebê do sexo masculino, de apenas um mês e vinte dias de vida, que foi encontrado na tarde de domingo (18), ao lado dos corpos de um casal, assassinados a tiros no bairro Icaivera, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.
O pequeno precisou ser internado por apresentar sinais de hipotermia, após passar mais de 12 horas debaixo de um lençol, ao lado dos corpos dos supostos pais. O Conselho Tutelar 3, que atende aos bairros Alterosas e Icaivera, informou que a criança não possui Certidão de Nascimento, apenas a Declaração de Nascido Vivo, que é um documento emitido na maternidade. "A criança passa bem e todas as medidas protetivas foram tomadas, porém, para preservar a criança, não podemos passar mais detalhes do caso", informou um dos conselheiros.
A reportagem apurou que familiares do homem estariam interessados na guarda da criança, porém, como não foi encontrado nenhum documento que comprove a paternidade, um processo será aberto para que o futuro do bebê seja decidido.
O crime
A Polícia Militar (PM) acredita que o garotinho seja filho do casal - o pai, de 32, e a mãe, de 19 anos - que foi assassinado dentro da residência onde moravam. Ninguém foi preso até o início da tarde desta segunda-feira (19).
Testemunhas revelaram que, durante a madrugada de domingo, ouviram uma discussão calorosa entre o casal e, depois de alguns minutos, aconteceram os disparos de arma de fogo. Em seguida, uma moto teria saído acelerando pela rua Cuara.
Na manhã seguinte, estranhando o silêncio na casa, um vizinho foi verificar o que estava acontecendo, já que o homem tinha costume de acordar pela manhã e ligar uma bomba de água que abastecia o imóvel. Ele acionou a PM após notar a porta da casa arrombada e ter visto o casal morto na cama.
A criança foi encontrada em uma poça de sangue entre os corpos que estavam mortos havia mais de 12 horas, conforme informou aos militares o médico que atestou os óbitos.
Inquérito
No local, testemunhas disseram à reportagem que o casal morava na casa desde janeiro e que não mantinha boas relações com os vizinhos.
"Ele (a vítima) vivia gritando e brigando com todo mundo, acho que por ser usuário de droga. Já a moça quase não saía de casa", informou um vizinho, que pediu para não ser identificado. Ainda segundo ele, a casa onde a família vivia é uma propriedade particular que teria sido invadida pelas vítimas.
Procurada, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) disse que instaurou inquérito para apurar o duplo homicídio e que, em um momento oportuno, repassará mais informações à imprensa.