Alerta

Casos suspeitos de dengue já chegam a mais de 5.000 em Betim

Mais de 80% dos focos do vetor estão nas casas; são 1.512 confirmações da doença

Publicado em 21 de fevereiro de 2019 | 23:12

 
 
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Apesar de todos os esforços da prefeitura, Betim está prestes a enfrentar uma nova epidemia de dengue neste ano. Em todo o Estado, já são 23.893 casos prováveis (soma de casos em investigação e daqueles confirmados) da doença. Na cidade, até a última quinta (21), haviam 5.344 notificações – 305% a mais do que na semana passada – e 1.512 casos confirmados, além de três mortes em investigação. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde. 

Último levantamento do Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRAa), feito entre os dias 7 e 18 de janeiro, apontou que em 2,8% dos imóveis pesquisados na cidade foram encontradas larvas do mosquito transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya, além da febre amarela em áreas urbanas – o Ministério da Saúde recomenda que o índice de infestação larvária seja de até 1%. No levantamento anterior, feito em outubro, o índice era de 1,7%.

O resultado coloca o município em alerta para epidemia da doença, principalmente porque mais de 80% dos criadouros foram encontrados nas residências visitadas. As regionais com maior risco são: Norte, Alterosas, Imbiruçu e Centro, que apresentaram índice superior a 4%. “A maior parte dos reservatórios encontrados foi aqueles que são passíveis de remoção, como prato de vaso de planta, bebedouros de animais e pratos com água. De nada adiantam as ações da prefeitura, se não houver a adesão e o apoio da população. Estamos fazendo a nossa parte, mas a população precisa se conscientizar e tomar os cuidados na própria casa”, alertou o diretor de Vigilância em Saúde, Nilvan Baeta.

Para combater a doença, um Comitê de Enfrentamento à Dengue foi criado e, todas as terças-feiras, está se reunindo para definir as ações que serão realizadas. Além de eliminar os criadouros do mosquito, com o tratamento dos focos da dengue e a vedação dos depósitos de água, como tambores e caixas de água, a prefeitura informou que está realizando mutirões de limpeza, fazendo palestras de conscientização e blitze educativas. “Também estamos realizando a pulverização manual dos criadouros, e o carro do fumacê está percorrendo os locais com maior incidência para reduzir a quantidade de mosquitos transmissores”, disse. 

A prefeitura também intensificou as vistorias nos terrenos baldios, com aplicação de multas de R$ 3.200 para os lotes que não estiverem devidamente limpos e cercados. No comparativo de 2016 com 2018, as ações aumentaram em 73%. Em 2016, foram fiscalizados 1.207 lotes, enquanto que, em 2018, foram 2.083. 

Unidade de hidratação
Para agilizar e oferecer mais conforto no atendimento às pessoas infectadas e com suspeita de terem sido contaminadas pelo mosquito Aedes aegypti; além de diminuir a sobrecarga de atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), a prefeitura também abriu, no último dia 14, uma unidade de hidratação venosa na cidade.

Até o início da tarde da última quinta-feira (21), o espaço, localizado na Clínica da Asmube (rua Mato Grosso, 926, no bairro Espírito Santo), havia recebido 416 pacientes. “O vírus que provavelmente está circulando em Betim neste ano é o do tipo 2, que é bastante agressivo. Como o número de casos suspeitos e confirmados já está muito alto, resolvemos abrir essa unidade de hidratação mais cedo. Em 2015, quando ocorreu a última epidemia na cidade, a unidade foi aberta em abril. A hidratação do paciente contaminado é de extrema importância para evitar que a complicação dos casos”, disse secretário municipal de Saúde, Guilherme Carvalho.