A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), formada pela Câmara de Betim para investigar o processo de cobrança de R$ 480 milhões que a empreiteira Andrade Gutierrez faz contra Betim, ouvirá mais testemunhas na próxima semana.
Na lista de pessoas que serão oficializadas pela comissão estão ex-secretários e pessoas ligadas ao ex-prefeito Osvaldo Franco – cuja assinatura atribuída em documento usado pela AG para reconhecer a dívida foi comprovadamente falsificada, de acordo com uma perícia – além de ex-prefeitos que governaram a cidade durante o tempo em que o processo tramitou na Justiça.
Os vereadores aprovaram requerimentos para que a CPI ouça Ivair Nogueira, que assinou documento em 1991, Maria do Carmo Lara, que em seu mandato o processo transitou em julgado e não houve ação contestatória, e Carlaile Pedrosa, que governou a cidade durante boa parte do processo.
Serão ouvidas pessoas que trabalharam com Osvaldo Franco, como Maria Helena Morais, que era assessora da chefe de Gabinete de Osvaldo, Vera Matos, e que, segundo o vereador Claudinho (DEM), presidente da CPI, “era responsável em redigir todos documentos do gabinete, como ofícios e memorandos”, Regina Rezende e Rejany Rezende, ex-secretárias de Osvaldo, Walmir Hasteinreiter, servidor ligado ao ex-prefeito, além de América Lazzaroth, Petrônio Trindade, Tarcísio Braga, Mauro Reis e Fernando Mendonça.
“São pessoas que passaram, de alguma forma, pelas administrações municipais direnta ou indiretamente. Nosso objetivo é buscar informações sobre essa cobrança. Queremos entender porque os ex-prefeitos não fizeram uma defesa técnica durante o processo e deixaram vencer o prazo para contestar a sentença judicial que condenou o município”, declarou Claudinho.
A comissão já ouviu o procurador-geral do município, Bruno Cypriano, que apresentou provas de falsificações de assinaturas, e o empresário José Roberto Marcelino, ex-secretário de Osvaldo, além de Luiz Germano, servidor que ingressou com uma ação popular contra a cobrança.