Investigação

Dupla é suspeita de envolvimento em estupro de menor com transtorno mental

Caso aconteceu em Betim, no fim de semana, mas os suspeitos foram detidos nesta terça (26); adolescente tem 16 anos

Publicado em 26 de novembro de 2019 | 15:43

 
 
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Duas pessoas suspeitas de envolvimento em um caso de estupro contra um menor de 16 anos que tem transtornos mentais, em Betim, na região metropolitana, foram detidas pela Polícia Militar nesta terça-feira (26). O abuso aconteceu no sábado (23), mas os suspeitos, um homem de 37 anos e uma travesti de 28, foram detidos nesta terça após a PM encontrar com um deles o celular da vítima.

Os suspeitos foram levados para a Delegacia de Plantão, onde foram ouvidos. Segundo a assessoria da Polícia Civil, a dupla foi liberada após prestar depoimento porque não houve flagrante. O caso será investigado pela 3ª Delegacia da PCMG da cidade.

O caso
De acordo com o cabo Lopes, do 33º Batalhão, no sábado (23), a PM foi acionada para atender uma ocorrência de estupro que um adolescente teria sofrido. “Além do abuso, o menor também contou que os suspeitos tinham levado o telefone celular dele. Levamos o jovem até o Hospital Regional, onde ele foi atendimento, medicado e, depois, levado para o IML (Instituto Médico-Legal), onde foi comprovado o abuso. Já hoje (terça), durante o patrulhamento pela avenida Edmeia Matos Lazzarotti, na altura do bairro Espírito Santo, nos deparamos com indivíduos que possuíam as mesmas características dos autores do estupro. Abordamos os dois e verificamos que havia um celular na bolsa de um deles (a travesti)”, disse.

Ainda conforme o policial, a travesti não soube explicar a procedência do aparelho. “Então, entramos em contato com a família da vítima, que veio até nós. O menor reconheceu o celular como dele, desbloqueou-o e viu as fotos que ele tinha, os contatos. Ele também reconheceu os dois como autores do estupro. Por isso, os trouxemos para a Delegacia de Plantão e relatamos no boletim de ocorrência, além da receptação do aparelho, o caso do abuso ocorrido no sábado”, completou.

A mãe da vítima, uma dona de casa de 45 anos, conta que, no dia do crime, ela estava hospitalizada. “Meu esposo disse que precisaríamos ir embora porque meu filho tinha sido assaltado. Então, eu saí do hospital e, quando cheguei em casa, foi que me contaram o que tinha acontecido de fato. Voltei de novo para o hospital, onde meu filho já estava”, conta.

Segundo a mulher, o filho disse a ela que estava caminhando quando as duas pessoas o abordaram pedindo ajuda para fazer uma mudança. “Como meu filho tem transtornos mentais, ele não viu maldade, foi na intenção de ajudar mesmo. Nisso, o levaram para um matagal. Ele contou que o ameaçaram com uma arma e fizeram sexo oral e anal. Depois, saíram correndo. Então, ele foi procurar ajuda”, disse.

A dona de casa também relatou que os profissionais do hospital disseram que o adolescente estava todo sujo quando chegou à unidade de saúde. “Fizeram exames nele, e o médico disse que ainda havia vestígios de sêmen na roupa do meu filho”, afirmou.

A mãe da vítima ainda completou dizendo o menor está mais agitado depois do ocorrido. “Ele ia para o Cersami (Centro de Referência em Saúde Mental Infantojuvenil) uma vez por semana, mas, agora, irá todos os dias porque está muito nervoso e com medo de sair na rua. Eu quero que seja feita justiça, até para que não aconteça com outras pessoas”, conclui.

Os dois suspeitos negaram o crime de estupro e alegaram à PM que apenas estavam caminhando acompanhando o menor. Sobre o celular, a dupla disse que o encontrou na rua.