Economia

Fiat anuncia novas férias coletivas para 2.000 funcionários

Montadora faz parada para ajustar estoque

Publicado em 07 de maio de 2015 | 22:51

 
 
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Com a queda na venda de veículos neste ano e a crise na indústria brasileira, principalmente no setor automotivo, a Fiat vai conceder novamente férias coletivas a cerca de 2.000 trabalhadores a partir da próxima segunda-feira (11). O descanso será de 20 dias.

Segundo a assessoria da montadora, “o objetivo é ajustar a produção à demanda de mercado”. A medida serve para reduzir os estoques que estão cheios. Essa é não é a primeira vez no ano que a montadora adota práticas para diminuir a produção.

Durante o feriado da Semana Santa, a empresa dispensou os trabalhadores do setor produtivo por três dias. Em março, foram concedidas novas férias coletivas de 20 dias. No feriado de Tiradentes, houve outra parada técnica, assim como no feriado do Dia do Trabalhador, quando a produção não funcionou.

As ações para ajustar o estoque vêm ao encontro com o cenário vivido por todo setor automotivo, não apenas na Fiat. Segundo a Federação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Fenabrave), as vendas de veículos novos caíram 6,53% em abril na comparação com março, e 25,19% se comparado com o mesmo mês do ano passado. De acordo com a federação, em abril, foram vendidos 219.350 automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões em todo o país, bem menos que os 293.229 emplacados no mesmo mês de 2014. Em março deste ano, foram 234.670 veículos licenciados.

No acumulado deste ano (janeiro a abril), ainda conforme balanço da Fenabrave, os licenciamentos acumulam queda de 19,19% em 2015. Sete das dez maiores marcas que operam no segmento de automóveis e comerciais leves perderam participação de mercado na passagem de março para abril, segundo a Fenabrave. Apenas Ford, Hyundai e Honda registraram avanço no período. A Fiat segue na liderança das vendas (17,86% do mercado). Em segundo e terceiro lugares estão a General Motores (16,11%) e a Volkswagen (14,72%).

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e região, João Alves, a situação é preocupante, mas também já esperada. “É claro que preocupa a Fiat dar férias após férias, paradas técnicas. Mas é melhor do que demitir, que sai muito mais caro para a empresa e é pior para o trabalhador. Depois de recordes sucessivos na venda de veículos, era meio que esperado que o mercado tivesse uma retração. Mas os investimentos da planta em Betim estão em ação e esperamos que a situação melhore”, disse.

Ainda de acordo com ele, a média de demissões registradas na Fiat está normal.