INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA

Fiat dará férias coletivas a cerca de 600 trabalhadores a partir do dia 10

Afastamento será por dez dias e vai ser feito com os colaboradores do segundo turno de uma de suas três linhas de produção da fábrica em Betim

Publicado em 06 de março de 2021 | 21:43

 
 
normal

Problemas no fornecimento de insumos e componentes fizeram com que a fábrica da Fiat em Betim concedesse, desde quarta (10), férias coletivas aos trabalhadores do segundo turno de uma de suas três linhas de produção. 

A medida, que envolve menos de 10% do efetivo da unidade, inicialmente, vai valer até o dia 22 de março, o que, conforme o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e região, representa em torno de 600 colaboradores da montadora do Stellantis, grupo automotivo franco-ítalo-americano multinacional formado com a união das montadoras Fiat Chrysler Automobiles e PSA Group.

Nas redes sociais, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e região, Alex Custodio, disse que o órgão foi informado sobre as férias e que, em negociações feitas com a Stellantis, representantes do grupo automotivo disseram que a prioridade para eles é negociar a fixação de turno lay-off, ou seja, a suspensão temporária do contrato de trabalho, seja por falta de recursos financeiros ou por falta de atividade que ocupe toda a mão de obra da empresa. 

Contudo, essa medida não estaria prevista hoje no acordo coletivo firmado com os trabalhadores da fábrica. “Queremos fazer um acordo que seja satisfatório para todos os trabalhadores, como aumento salarial, uma PLR digna, um abono satisfatório”, disse Custodio.

Na avaliação do mestre em economia e finanças Cleyton Izidoro, a pandemia de fato gerou um grave problema de produção em todo o país no ano passado, já que as empresas consumiram grande parte do estoque de insumos e componentes que havia. Contudo, ao contrário do que se esperava, a disseminação da Covid-19 não diminuiu, fazendo com que a produção não tenha sido retomada ou esteja ocorrendo de forma muito lenta, o que acaba impactando em toda uma cadeia produtiva.

“O planejamento das empresas para 2021 ficou extremamente prejudicado, como é o caso da Fiat e de toda a sua cadeia produtiva. Sem insumos, os fabricantes não conseguem atender a demanda de mercado. Essa situação vai gerar uma desaceleração na economia ainda maior em 2021, com o aumento do desemprego. Na minha opinião, é uma situação difícil para todos. É o momento de empregados e empregadores negociarem, racionarem, para não haver aumento das demissões”, disse o especialista.