
Menina que foi levada de carrinho de mão para hospital morre em Januária
Há um mês por falta de carro da prefeitura, Maria Eduarda foi levada para atendimento médico em um carrinho de mão, nesta quinta ela morreu por falência nos rins

A pequena Maria Eduarda, de 9 anos, que foi filmada pela mãe sendo levada em um carrinho de mão para atendimento médico, há cerca de um mês, morreu nesta quinta-feira (13). O caso aconteceu em Januária, no Norte de Minas Gerais. A menina tinha síndrome nefrótica, uma doença crônica em que os rins perde a capacidade de reter proteínas comprometendo o funcionamento do órgão.
Por causa da patologia, Maria Eduarda não conseguia andar. Ela ficava muito inchada, por reter líquidos, e pesava cerca de 36 quilos. O caso dela ficou conhecido depois que os pais a levaram ao hospital por meio de um carrinho de mão com um cobertor, um travesseiro e uma toalha para cobrir o rosto dela do sol. A ação foi filmada pela mãe que disse que eles improvisaram o transporte por falta de um carro para atendê-la. O casal revesava para empurrar a criança por causa do peso.
Na época, os pais não conseguiram um transporte da prefeitura para levar a menina ao hospital. A pasta informou que, na data do ocorrido, o carro estava sendo utilizado por outro paciente no momento em que a criança precisou. De acordo com a família, nos últimos meses, o carro era disponibilizado para o tratamento da criança e não faltou socorro para levá-la a Montes Claros no último fim de semana.
Completamente abalada com a morte da filha, a mãe da criança, Gilvânia Carmo de Souza, conversou com a reportagem e contou como foram os últimos dia de Maria Eduarda.
"Ela estava com uma dor em cima do peito, bolhas no corpo e muito inchada, gritando muito. Ela foi para a UTI e não resistiu. Ela nunca tinha tido essas dores por isso corremos para o hospital. Ela tinha a síndrome nefrótica e viamos lutando desde 2 anos de idade", contou Gilvânia Carmo de Souza, mãe da criança.
Ela foi hospitalizada em Januária, no entanto, por causa da gravidade do caso, a criança precisou ser transferida para o Hospital da Santa Casa de Montes Claros, na mesma região. Maria Eduarda foi internada no domingo (9) e começaria a fazer hemodiálise por causa da síndrome, mas não resistiu. Os dois rins dela pararam de funcionar e a criança sofreu uma parada cardiorespiratória e morreu na hora.
"Eu fiquei desesperada na hora que soube, mas Deus sabe o que faz, eu não sei. Nós estamos aqui para cumprir o mando de Jesus Cristo e se isso foi o melhor para ela. Se ele quis assim foi o melhor para ela", concluiu.
A menina morava na zona rural de Januária, em Pandeiros, onde foi enterrada na manhã desta sexta-feira (14). A família não pode fazer velório por causa da pandemia pelo novo coronavírus. Os pais de Maria Eduarda têm mais seis filhos.

