Morador de 89 anos de Betim que estava internado em BH morre com a Covid-19 | O TEMPO Betim
 
Coronavírus

Morador de 89 anos de Betim que estava internado em BH morre com a Covid-19

Homem, que residia no bairro Capelinha, morreu dia 2 na capital, mas confirmação só foi feita agora por causa da demora do envio do laudo do exame pelo laboratório particular

Publicado em 29 de junho de 2020 | 15:51

 
 
normal

Por causa do atraso na entrega do resultado de exame por um laboratório particular, a morte de um morador de 89 anos do bairro Capelinha, em Betim, na região metropolitana, infectado pela Covid-19 e que estava internado em um hospital da rede privada de Belo Horizonte, só foi confirmada pelos órgãos de saúde nesta segunda-feira (29). A vítima faleceu no dia 2 de junho.

Foi o terceiro caso de pacientes que moram em Betim, mas que morreram infectados pela Covid-19 em outros municípios (os outros dois foram um em São Paulo e outro em BH). O total de óbitos de moradores da cidade soma 32.

Conforme explicou a epidemióloga da Vigilância Epidemiológica de Betim, Cristiane Campos, o município foi informado que o óbito era um caso suspeito da doença, mas não havia ainda a confirmação. “Esse paciente estava internado em um hospital de Belo Horizonte e fez exame em um laboratório da rede privada. Porém, houve essa demora por parte do laboratório em enviar o laudo de confirmação para os órgãos de saúde. O município de Betim foi notificado que o óbito era um caso suspeito de Covid-19, mas ainda não havia tido a confirmação, o que aconteceu só agora. O problema foi a demora do envio do laudo”, esclareceu.

Quando os exames são feitos, o laboratório envia o resultado para a secretaria do município onde aconteceu o óbito, no caso, Belo Horizonte, e a secretaria de lá faz a notificação para a SES (Secretaria de Estado de Saúde), que também informa o município onde o paciente reside.

A reportagem tentou contato com o laboratório em que o paciente fez o exame, mas ainda não obteve retorno.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Betim, o paciente era morador do bairro Capelinha. “Ele começou a apresentar sintomas no dia 27 de maio e faleceu no dia 2 de junho, no hospital em Belo Horizonte. Ele possuía comorbidades graves e, infelizmente, não resistiu”, disse o secretário adjunto de Saúde, Hilton Soares.   “O perfil da maioria dos óbitos de moradores de Betim continua o mesmo: pessoas que possuem doenças preexistentes, o que potencializa a atuação do vírus. Por isso, é importante que as pessoas reforcem todas as medidas de prevenção e mantenham os pacientes com doenças crônicas mais isolados”, completou.

Taxa de ocupação

Nesta segunda (29), a taxa de ocupação dos leitos de UTI em Betim era de 82%, com 53 pacientes internados (são 65 leitos ao todo). Desse total, 34 são de Betim – com 13 casos positivos – e 19 de outros municípios. No Hospital de Campanha instalado no Fiat Clube (Cecovid 2), dos 115 leitos, 34 estão ocupados, com 29 pacientes de Betim (quatro confirmados).

“A gente tem observado nos últimos dias uma procura maior de pessoas com sintomas de síndrome respiratória aguda grave. Isso está impactando na ocupação dos leitos. Não há superlotação, mas é um alerta que estamos acompanhando todos os dias. Até porque, Betim é referencia para mais 12 municípios da região e acaba sendo destino de pacientes dessas outras cidades. A taxa de ocupação dos leitos é um dos fatores que o município analisa na hora de tomar decisões sobre restringir ou flexibilizar as atividades na cidade. Então, mais do que nunca, é preciso que toda a população contribua no enfrentamento à pandemia”, concluiu Soares.

Em balanço divulgado nesta segunda (29), Betim soma 756 casos confirmados de pessoas com a Covid-19, com 280 recuperados, 427 em acompanhamento médico e 32 óbitos. Outros 3.199 casos suspeitos já foram descartados.

Desde o início da pandemia, a prefeitura tomou diversas ações, como a obrigatoriedade do uso de máscara, distribuição de álcool 70% nos bairros, desinfecção de ruas com hipoclorito de sódio, distribuição de máscaras, barreiras sanitárias, fiscalização dos agentes da Vigilância em Saúde, funcionamento do comércio em dias alternados para reduzir o fluxo de pessoas e a determinação de regras de biossegurança para os estabelecimentos que podem funcionar. Além disso, realiza, em parceria com a UFMG, uma pesquisa para mapear a circulação do vírus na cidade, que já aplicou 4.320 testes (rápido e PCR) em 2.160 moradores de todas as regiões e idade. Mais de 8.100 pessoas já foram testadas em Betim (rede pública e privada), uma taxa de 1.153 exames para cada 100 mil habitantes, proporção 84% maior que a média em Minas Gerais.