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Número de adoções cresce 41% em um ano em Betim

Ainda há 64 pessoas à espera de uma criança; um dos obstáculos é a idade, já que a maioria que se encontra nos abrigos possui mais de três anos

Publicado em 16 de maio de 2019 | 20:56

 
 
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Assim como os formatos das famílias vêm mudando ao longo dos anos, o sonho de ter um filho também não tem se limitado à tradicional gestação, que dura nove meses e é celebrada com a chegada de um recém-nascido. Muitas vezes, a espera pode durar anos e o parto não envolve um processo fisiológico ou cirúrgico e, sim, uma ligação do fórum.

No próximo dia 25, celebra-se o Dia Nacional da Adoção e, em Betim, 64 famílias ainda estão na fila aguardando por esse momento. São pessoas que estão habilitadas, inscritas no Cadastro Nacional de Adoção (CNA), da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Por outro lado, seis crianças e adolescentes seguem em abrigos aguardando uma família – sendo dois meninos, de 10 e 12 anos, uma menina, de 11, um adolescente, de 13, e um casal de irmãos com idades entre 9 e 12 anos.

Em Minas Gerais, o número de pretendentes habilitados chega à 5.499, enquanto 636 crianças e adolescentes aguardam para serem acolhidos. 

As contas não fecham, mas ainda assim, há motivos para comemorar: em 2017, 31 crianças foram adotadas em Betim. Já em 2018, 44 ganharam um novo lar – o que representa um aumento de 41% no número de adoções. 

De acordo com a superintendente da Coordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (COINJ/TJMG), Valeria Rodrigues Queiroz, dentre os fatores que podem explicar essa discrepância entre os dados está o perfil das crianças que as famílias buscam. “As crianças aptas para a adoção estão no grupo denominado “adoção tardia”, que são crianças com mais de três anos de idade, adolescentes; grupo de irmãos ou portadores de algum problema de saúde”, afirmou.

Segundo Valéria, “o ideal não é o real, e os pretendentes à adoção precisam romper paradigmas e preconceitos”, disse.

Morosidade
Outra questão que é sempre debatida é quanto à morosidade no processo – que pode durar anos. “Essa demora está ligada às exigências dos adotantes. Isso porque, a maioria das pessoas habilitadas para adoção tem preferência por bebês, que estão em menor número nos abrigos”, pontuou a superintendente. 

Para superar todos os entraves, diversas ações têm sido desenvolvidas pela Vara da Infância e por grupos de apoio municipais para conscientizar a sociedade. Além de campanhas nos meios de comunicação, os pretendentes habilitados têm sido convidados para visitar os abrigos e acessar vídeos, fotos, desenhos e cartas das crianças e adolescentes acolhidos. “Toda criança e adolescente querem uma família. Nenhum abrigo pode ser considerado lar”, finalizou.

Também no dia 23 haverá um piquenique na praça Milton Campos, organizado pelo Grupo de Apoio à Adoção de Betim.