Saúde

Procura por testes de Covid em Betim sobe 150% com a ômicron

Laboratórios confirmam dificuldade de atender alta demanda por causa da falta de insumos

Publicado em 21 de janeiro de 2022 | 00:34

 
 
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O aumento de casos de pacientes com sintomas gripais e com suspeita da variante ômicron tem gerado uma corrida pela testagem de Covid. Segundo a Secretaria de Saúde de Betim, antes das festas do fim de 2021, entre os dias 1º e 25 de dezembro, a média de testes de coronavírus feita por dia nas redes SUS e privada era de 83. Entre os dias 26 de dezembro e 18 de janeiro, essa demanda diária saltou para 208 exames – 150%. Já o prazo para a liberar os testes RT-PCR, considerado o mais preciso na hora do diagnóstico da Covid, subiu, em média, de 3 e 4 dias para 4 a 7 dias, na rede pública municipal.

Diante do risco de faltarem insumos para realizar o PCR no país, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) recomendou, recentemente, aos laboratórios privados que parem a testagem de pacientes com poucos sintomas ou assintomáticos. Apesar de os laboratórios não confirmarem ter adotado tal orientação, a população diz que a realidade é outra. 

Mesmo tossindo muito, com febre e sentindo muita dor no corpo e na cabeça, a promotora de eventos Eny Nunes de Freitas, de 61 anos, fez uma via-sacra nos laboratórios privados de Betim para saber se está contaminada. “Passei em vários, e eles me informaram que a prioridade eram as pessoas internadas. No laboratório que consegui fazer o teste, esperei mais de três horas”, conta. 

Outra moradora de Betim, que pediu anonimato, também reclama da escassez de exames e da demora pelo atendimento nos laboratórios particulares. “Fui em um, estava lotado. No outro, disseram que o kit havia acabado. E, depois de fazer o exame, disseram que, devido à demanda estar muito alta, o resultado sairia depois sete dias”, diz.

Responsável pelo Laboratório João Paulo, o biomédico João Ricardo Magalhães Gonçalves confirma que houve aumento repentino da demanda por testagem nas unidades da rede na cidade: “Há um mês, fazíamos cerca de 300 testes de Covid por mês. Agora, são mais de mil exames por mês, mas estamos conseguindo realizar, em média, 600 testes por mês. Como o volume aumentou de repente, a cadeira produtiva que envolve a testagem não estava preparada para tanta demanda. Ainda nos deparamos com o agravante de essa variante ser mais contagiosa, o que está gerando um desfalque de testes. Por isso, sem ter kits suficientes no mercado, estamos dando prioridade aos caos graves”, disse.

Já o município declarou que está realizando a testagem só de pacientes sintomáticos, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), e que, até o momento, não recebeu orientação do Ministério da Saúde para a suspensão dos procedimentos. “Os testes são feitos conforme a disponibilidade e o envio de novos kits pelo governo de Minas”, informou em nota. 

Balanço da imunização

Betim completou, na quarta (19), um ano do início da vacinação contra a Covid, com 86,8% da população acima de 12 anos 100% imunizada – com as duas doses ou com o imu dose única. Até quinta, já foram aplicadas 740.228 vacinas, sendo que 335.375 (92,3% das pessoas) tomaram a primeira dose e 326.695 as duas ou dose única.