A semana política em Minas Gerais e em todo o Brasil foi marcada por sondagens e movimentações de partidos e eventuais coligações que pretendem entrar com tudo nas disputas deste ano. E uma dessas investidas põe foco total no papel que o prefeito de Betim (ainda sem partido), Vittorio Medioli, irá desempenhar na sucessão de 2022.
A primeira sondagem tornada pública em relação ao nome do prefeito aconteceu na última segunda-feira (31), quando o presidente do Podemos de Minas Gerais, o deputado federal Igor Timo, disse, em entrevista, que sua afiliação pretende ter candidatura própria e que o nome de Vittorio Medioli seria a melhor entre todas as opções. Em contato com a reportagem por telefone, ele afirmou que o Podemos de Minas está aberto: “Vamos discutir com a executiva nacional os planos para o Estado. Vittorio tem toda nossa admiração”
Dois dias depois, lideranças do PSL e do DEM, que pretendem concluir a fusão dos dois partidos nos próximos dias para, finalmente, criar o União Brasil, também disseram que pretendem partir para uma candidatura própria em Minas Gerais e que gostariam de ter Medioli para a disputa contra o governador Romeu Zema (Novo) e o prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD), dois nomes que já vêm se colocando como pré-candidatos.
A partir dessa quinta-feira (3), os contatos do União Brasil com Vittorio Medioli se intensificaram. As principais figuras dessa fusão no país são Luciano Bivar e ACM Neto.
Para aumentar a ansiedade do mundo político, o ex-juiz Sergio Moro fez uma publicação no Twitter em que tece elogios ao texto do artigo semanal que Vittorio Medioli publica todos os domingos.
Candidato ao cargo de presidente da República pelo Podemos, Moro também se articula com outros caciques da política nacional para conseguir o apoio do União Brasil. Em sua avaliação, Minas é o Estado mais estratégico e, por causa disso, seria de extrema relevância ter um candidato que pudesse assegurar o palanque para sua candidatura.
Apesar das inúmeras especulações e de muitos partidos assumirem que pretendem chamar Vittorio Medioli para uma eventual cabeça de chapa para a campanha ao governo de Minas, a decisão não está tomada. “Por enquanto, não recebi convite formal. Sei que o assunto está correndo nos bastidores da política mineira. Talvez meu nome apareça pela falta de opções neste momento. A polarização em Minas, assim como no Brasil, não pode ser enxergada como algo positivo. Nosso Estado realmente está precisando de lideranças que, de fato, coloquem a mão na massa e resolvam os problemas”, disse Medioli.
Segundo ele, desde que as chuvas arrasaram as estradas, o Estado não se manifesta a contento: “Os interesses mineiros devem ser mais bem-atendidos”.
Outras siglas se articulam
Além do Podemos e do União Brasil, que já teriam manifestado suas intenções de convidar Vittorio Medioli para concorrer neste ano ao cargo de governador de Minas, partidos de correntes ideológicas diferentes também enxergam o prefeito de Betim como um bom nome. É o caso do Partido Verde e do PROS, além do Patriota, que ainda não fecharam questão em relação ao governo de Minas.
O prefeito explica, no entanto, quem para se tomar uma decisão de se candidatar, muitos fatores devem ser analisados. “Diante da falta de atenção de governantes com demandas tão básicas do povo mineiro, obriga-nos a pensar nisso. Mas, antes de qualquer coisa, é preciso um convite oficial, o que ainda não ocorreu. Além disso, devemos avaliar outras questões”, afirma Medioli.
Caso o prefeito decida mesmo se candidatar, ele terá pouco tempo para organizar sua campanha e será obrigado a se desincompatibilizar já no início do mês de abril, transferindo o poder da cidade para a sua vice, Cleusa Lara (PSL).
Cenário em Minas Gerais
Em Minas Gerais, além de Romeu Zema (NOVO) e Alexandre Kalil (PSD), que já se confirmam como pré-candidatos ao governo de Minas, o MDB ensaia uma candidatura própria, anunciando o nome do senador Carlos Viana para a disputa.
Outra política que pode se viabilizar para a candidatura é a vereadora por Belo Horizonte Duda Salabert, que poderia concorrer ao cargo pelo PDT, partido de Ciro Gomes.
No cenário nacional, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) e o atual, Jair Bolsonaro (PL), lideram as pesquisas de momento, sendo seguidos pelo ex-juiz Sergio Moro (Podemos).
Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Rodrigo Pacheco (PSD) são outros nomes que pretendem se arriscar nas eleições deste ano.