A designação do governador Geraldo Alckmin como presidente do PSDB – a ser aclamado em convenção no próximo dia 9 – e sua virtual indicação como candidato à Presidência fizeram com que o tucano passasse a dedicar seu tempo quase integral às articulações para 2018.
Tudo o que ele faz, desde então, visa a tal objetivo. Bem recebido pelo mercado, o PSDB estimulou o lançamento de candidaturas que se mantinham na sombra, à espera de um fato novo, que afinal surgiu com a conciliação no muro tucano.
Foi pensando também em 2018 que Marina Silva apressou sua entrada na disputa eleitoral. Ela admitiu que será “uma campanha ralada” e falou dos desafios que tem pela frente: financiamento escasso e tempo de TV insignificante. Apesar disso, a ex-senadora intimida com seus 9%.
Em seguida, foi a vez de o ministro Henrique Meirelles apresentar-se com as credenciais do melhor defensor do legado do presidente. Ele está seguro de que a recuperação econômica renderá trunfos eleitorais a tempo de beneficiar o candidato do governo. Trata-se de uma avaliação de quem domina a evolução da economia, e até agora acertou os prognósticos que fez.
Os 34% de Lula, sinal de que, se competir, o ex-presidente partirá de um núcleo que se mantém resistente ao longo do tempo, são um fator que desestabiliza. Contra ele e o poder dos 17% de Bolsonaro, o único remédio seria um centro-direita. Mas como construí-lo se, em vez de convergência, há excesso de candidatos?
No fim de semana, Alckmin esteve com o presidente Temer, comandante do PMDB, depois de viagens a Pernambuco e Santa Catarina e de um encontro com o presidente do partido, Romero Jucá. Sua meta é promover um desembarque suave do governo, assegurar o maior número de votos possível do PSDB para aprovar a reforma da Previdência e iniciar o diálogo com os peemedebistas destinado a uma aliança visando a 2018.
Por intermédio de interlocutores, o partido de Temer já deixou claras suas expectativas ao governador: apoio à reforma da Previdência, defesa do legado do presidente e campanha em favor do candidato do PMDB ao governo de São Paulo, que poderá ser o prefeito João Doria, caso ele troque de partido.
Longe do que se poderia imaginar, trata-se de uma proposta palatável para os tucanos, uma vez que eles resolvam algumas pendências regionais, como, por exemplo, a acomodação do senador José Serra, visto como forte aspirante ao Palácio Bandeirantes. E o que fazer com o vice-governador Márcio França, do PSB, a quem Alckmin há muito tempo prometeu dar palanque em sua campanha para governador.
O tucano paulista também tem preocupação prioritária: melhorar seu desempenho na preferência do eleitor, que, segundo pesquisa Datafolha recém-publicada, não vai bem. Ele situa-se entre 6% e 9%, percentuais preocupantes para quem tem como adversários Lula (34%) e Bolsonaro (17%), e, portanto, enfrenta dificuldades para chegar ao segundo turno. O governador é um político sem grande projeção nacional e percebido como um candidato de evolução lenta nas pesquisas.
Além do PMDB, Alckmin tem conversado com PSB, DEM, PPS e PTB, com alguns dos quais tem compromisso desde a eleição passada. Sua última conquista foi a adesão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem deve três movimentos políticos que o fizeram ocupar generoso espaço na mídia nas últimas semanas: 1) “intervenção” na briga Tasso Jereissati x Aécio Neves para “nomeá-lo” chefe; 2) sinalização para a saída do governo de forma a evitar a contaminação a caminho de 2018; e 3) defesa de seu nome como o mais preparado para ser candidato do PSDB.
Os candidatos se apresentam tendo em vista a eleição de 2018
Clique e participe do nosso canal no WhatsApp
Participe do canal de O TEMPO no WhatsApp e receba as notícias do dia direto no seu celular
O portal O Tempo, utiliza cookies para armazenar ou recolher informações no seu navegador. A informação normalmente não o identifica diretamente, mas pode dar-lhe uma experiência web mais personalizada. Uma vez que respeitamos o seu direito à privacidade, pode optar por não permitir alguns tipos de cookies. Para mais informações, revise nossa Política de Cookies.
Cookies operacionais/técnicos: São usados para tornar a navegação no site possível, são essenciais e possibilitam a oferta de funcionalidades básicas.
Eles ajudam a registrar como as pessoas usam o nosso site, para que possamos melhorá-lo no futuro. Por exemplo, eles nos dizem quais são as páginas mais populares e como as pessoas navegam pelo nosso site. Usamos cookies analíticos próprios e também do Google Analytics para coletar dados agregados sobre o uso do site.
Os cookies comportamentais e de marketing ajudam a entender seus interesses baseados em como você navega em nosso site. Esses cookies podem ser ativados tanto no nosso website quanto nas plataformas dos nossos parceiros de publicidade, como Facebook, Google e LinkedIn.
Olá leitor, o portal O Tempo utiliza cookies para otimizar e aprimorar sua navegação no site. Todos os cookies, exceto os estritamente necessários, necessitam de seu consentimento para serem executados. Para saber mais acesse a nossa Política de Privacidade.