Bolsonaro avança
Líder nas pesquisas sem Lula, Bolsonaro está a passos da aliança que pode agregar apoios de peso e multiplicar por três a propaganda na TV de sua campanha. Ontem, fontes do PR elevaram a “95%” as chances de sucesso das articulações para o partido indicar o vice do presidenciável do PSL. O nome inicialmente favorito ao posto é o senador evangélico e conservador Magno Malta (ES). Mas, nos últimos dias, a cúpula do PR passou a preferir o empresário Josué Alencar, recém-chegado ao partido e novato na política (embora tenha disputado o Senado em 2014). Uma chapa Bolsonaro-Josué é o sonho de consumo dos perristas-bolsonaristas, avaliada como a de maior potencial eleitoral entre as opções no campo à direita.
Potência máxima
A cúpula do PR aposta na reeleição tranquila de Malta; indicá-lo para vice-presidente significaria a perda de uma vaga no Senado. Já Josué não tem nenhum mandato a perder. Além disso, como herdeiro de José Alencar, ele carrega sobrenome que é uma das maiores grifes da indústria brasileira. Os perristas-bolsonaristas avaliam que a presença de Josué na vice dá potência e robustez à candidatura de Bolsonaro, favorecendo a sua penetração no empresariado e em novos segmentos. Josué ainda seria o vice ideal por ser natural de Minas, o segundo maior Estado.
Balança de Josué
Em reunião na semana passada, Josué se colocou à disposição do PR para disputar a “eleição nacional” como presidente ou vice, em coligação com quaisquer legendas. Segundo um dos presentes à reunião, o empresário não fez nenhuma objeção a Bolsonaro; só descartou disputar eleição em Minas porque não poderia deixar São Paulo, onde mora há anos. Ontem, porém, circulou na mídia nacional que Josué teria restrições ao candidato do PSL. O próprio empresário ainda não se manifestou. No momento, enquanto não se fecham os acordos, ele faz o jogo jogado por todos: posa de postulante a presidente para valorização do seu cacife e do partido.
Os 5% pendentes
Não se sabe o que estaria pendente na aliança PSL-PR. Mas, pode se supor que o cacique por trás da estrutura perrista, Valdemar da Costa Neto, usará o tempo até as convenções partidárias em julho para melhorar as suas condições na negociação dos 5% restantes para a aliança. Um político experiente e paciente como o chefe do PR não vai entregar o ouro para Bolsonaro sem contrapartidas de poder no eventual novo governo.
Paz dos homens
Falando em perristas-bolsonaristas, a família Portela e o Pr. Jorge Linhares voltaram às boas e retomaram a amizade de 40 anos após uma rusga em torno de recente visita de Bolsonaro à Igreja Batista Getsêmani de BH.
O senador e candidato a governador Antonio Anastasia com o consultor político Rodrigo Flausino
Troca no quartel
Sem saúde para seguir no comando do Exército, o general Eduardo Villas Bôas já fez chegar ao presidente da República que tem um nome a indicar para a sua sucessão: o general Fernando Azevedo e Silva, atual chefe do Estado-Maior. O indicado é ligado às atividades operacionais, mantém perfil discreto e acha que o Exército só deve agir dentro da Constituição.
Uma fatalidade
Villa Bôas sofre de uma rara doença degenerativa, que já lhe compromete os movimentos físicos e até mesmo a respiração. Ele tem sido visto em cadeira de rodas nas solenidades das quais ainda participa.
Lobby em ação
A tentativa de interferência política no concurso para o Curso de Formação de Oficiais da PM, que teve sua última fase na segunda-feira, já acendeu a luz amarela no setor de inteligência da própria PM e também na Polícia Civil. Ontem, em roda no Mercado Central, delegados apontavam três deputados e um ex-comandante da PM como lobistas de concurseiros.
Fala Pacheco
O deputado Rodrigo Pacheco enviou um e-mail à coluna em que reitera ser pré-candidato ao governo “com aval absoluto e incondicional da direção nacional” do DEM. “Reafirmo que não há conversa alguma que não seja no sentido de fortalecermos nossa pré-candidatura”, escreveu. Parece que ele está rejeitando a hipótese de se retirar da disputa em favor de Anastasia.