O brasileiro desperta bastante curiosidade, em razão, talvez, da sua índole ou do seu caráter. Semana passada, li matéria na página Interessa de O TEMPO, cujo título é o deste artigo. Sim, leitor, além de ser o país mais ansioso do mundo, o Brasil ainda sofre, neste instante, segundo a OMS, “uma epidemia de ansiedade”. E o tabu em relação ao uso de medicamento ainda permanece. O número assusta: 18,6 milhões de brasileiros, ou 9,3% da nossa população, convivem com mais esse transtorno. Faz parte desse grupo (sem gracejo) o bom povo baiano, que, apesar de descontraído, alegre e hospitaleiro, também padece desse mesmo mal.
Baseado em minha experiência pessoal (quem sou eu para palpitar sobre o assunto?), sempre achei que a ansiedade faz parte da vida da gente. Na realidade, ela se inicia na concepção, progride na gestação e explode no nascimento, quando o nascituro, depois de muita mordomia, enfrenta, enfim, a luz do dia. Se for bem administrada, deixa saldo positivo. Quando excede os limites, transforma-se em doença grave, capaz de maltratar vidas.
Uma curiosidade: ela também existe no reino animal. Pode ser, por exemplo, uma das causas da diminuição do leite de uma boa vaca leiteira. Qualquer retireiro experiente sabe disso, e é por isso que “manejo” é uma das palavras que mais se ouvem entre pecuaristas. Vale dizer: quem lida “com criação” sabe perfeitamente que a ansiedade (ou o estresse, embora haja psicólogo que veja diferença entre os dois) também pode comprometer o comportamento de muitos outros “bichos”… Mas o assunto é sério e, como tal, deve ser tratado.
É bem provável que, no Brasil em especial, uma das causas desse transtorno, entre tantas outras, esteja não apenas no governo atual (que deseja romper um passado ruim, embora não tenha proposta clara de futuro), mas em vários outros que já se foram. Por culpa nossa, às vezes, elegemos verdadeiros profetas da catástrofe. Para quem acompanha nossa vida política há décadas, não há nada de estranho nesses dados divulgados pela OMS.
O senador Tasso Jereissati anda ansioso, mas de forma positiva. Em entrevista recente, afirmou o seguinte: “A reforma da Previdência é essencial. Só tenho medo porque está se apostando tudo nela. Ela é essencial para evitar que o país caia no precipício, mas não resolve todos os problemas. Ela vai dar condições para a gente crescer e tomar iniciativas. Meu medo é que (depois dela) fique essa expectativa de que passou e está tudo resolvido. Não está”, asseverou o senador.
As redes sociais são, hoje, as maiores responsáveis por essa cruel epidemia. Elas desinformam. E, pior, falta “manejo político” por parte do governo Bolsonaro, que ainda não descobriu que a política, na democracia, é o único instrumento capaz de mudar um país.
É preciso acreditar nisso!