O assassinato da vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro, e do seu motorista, Anderson Gomes, foi lembrado, ontem, em várias cidades do Brasil e do mundo. Invariavelmente, as manifestações cobraram resposta sobre quem foram os mandantes e por quê.
Não poderia ser de outra maneira, já que, passado um ano, apesar de terem sido identificados dois suspeitos de executar o crime, essas perguntas ainda não foram respondidas, e o delegado que comandava as investigações foi afastado do caso por determinação do governador.
A decisão causa estranheza, porque o governador Wilson Witzel mexe justamente num time que estava sendo bem-sucedido nas investigações do crime mais complexo que a polícia do Rio já enfrentou. O próprio delegado Giniton Lages se surpreendeu com a decisão.
Witzel alegou que a mudança não trará prejuízos à investigação, já que o delegado, esgotado, está precisando de umas férias, que serão passadas na Itália, durante quatro meses, com participação num intercâmbio para estudar a máfia. As férias serão um prêmio ou um castigo?
O delegado executou a primeira etapa das investigações, colhendo provas técnicas bem-fundamentadas contra os acusados. Para obter esse resultado, manteve sigilo dos trabalhos até de seu superior, que manifestou desagrado com o encaminhamento das investigações.
Fora um choque de egos, que é mais provável, o fato é que Marielle ganhou uma projeção extraordinária no país porque seu assassinato atingiu não só a sua pessoa, mas todos os movimentos sociais pelos direitos humanos, tornando-se uma bandeira da luta pela democracia.
Os mandantes do assassinato de Marielle Franco não se atentaram para a possibilidade de ela virar um símbolo dos direitos das minorias, tendo morta mais significado para a sociedade do que se viva estivesse, assim como ocorreu com outros mártires, a começar de Cristo.
Com toda essa força, não parece provável que a morte de Marielle fique impune.
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Prêmio ou castigo
Não parece provável que a morte de Marielle fique impune
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