A eleição de 2018 se apresenta como a mais complexa e indecifrável de todo o período da redemocratização. Articulistas e cientistas políticos jorram tinta de caneta e palavras em artigos e entrevistas, tentando antecipar tendências e cenários. O mercado financeiro se excita. Oscilações das pesquisas podem provocar movimentos defensivos ou especulativos no câmbio e na Bolsa de Valores. A incerteza política anestesia os investimentos e o processo de tomada de decisões.
Tudo que o Brasil não precisa para a construção de seu futuro é de mais intolerância, radicalismo e instabilidade. A carga de adrenalina já foi demais. Lava Jato, impeachment, denúncias contra o presidente e recessão elevaram a temperatura política ao limite.
A contagem regressiva não para. Faltam menos de cinco meses para o primeiro turno, e a imagem é de uma eternidade. O elenco de alternativas ainda não está claro. Sucessão presidencial é maratona, não corrida de 100 m. A história eleitoral no Brasil está povoada de viradas espetaculares e resultados surpreendentes. Por enquanto, assistimos a monólogos paralelos. Não há interação entre as candidaturas. E, principalmente, a eleição não está em pauta para ampla maioria da população brasileira.
A novidade da semana passada foi a desistência do ex-presidente do STF Joaquim Barbosa, que se notabilizou no processo que ficou conhecido como “mensalão”. Sua candidatura pelo PSB seria, tudo indica, a última possibilidade para a consolidação de um “outsider competitivo”, após o apresentador de TV Luciano Huck também ter se retirado de cena.
Portanto, a escolha se dará entre atores já presentes no quadro político tradicional. Remanescem as candidaturas de Geraldo Alckmin, Marina Silva, Ciro Gomes, Henrique Meireles, Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro. O PT permanece escravo da estratégia pessoal de Lula. Quanto mais retardar o lançamento de outro nome, como Fernando Haddad ou Jaques Wagner, mais essa candidatura será tomada como um improviso ou um estepe.
Os candidatos ainda não explicitaram suas propostas e estratégias para tirar o Brasil da crise. Não houve um verdadeiro debate. As trajetórias pessoais dos candidatos ainda não foram submetidas à lupa crítica do eleitorado. Ou seja, o jogo está só começando.
O Brasil tem pressa. A realidade cobra mudanças urgentes que reposicionem o país. A inflação e os juros básicos se encontram em patamares baixíssimos. Mas a taxa de investimento e de crescimento também. E sem reformas estruturais não conseguiremos superar as armadilhas e gargalos da economia brasileira.
Cabe a cada um de nós revalorizar a política como arena de tomada de decisões. O populismo e a demagogia não nos levarão a bom porto. A superação de crise tão complexa não é coisa para amadores. Muitos atores ainda podem abandonar o palco. Mas o essencial é que façamos uma escolha que reflita as verdadeiras necessidades do Brasil.
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