Caminhando
O governo estava ontem confiante na superação dos entraves e na retomada da venda de ações da Codemig. Na avaliação governista, o presidente da empresa, Marco Antônio Castelo Branco, teve uma atuação “excelente” e conseguiu convencer a base aliada ao explicar a operação na ALMG na última terça-feira. Simultaneamente, no mesmo dia, representantes do governo tiveram uma reunião considerada muito positiva com o pessoal do TCE, o órgão de contas que suspendeu o processo de venda das ações.
No compasso
Coincidentemente, ontem um membro do governo menosprezou as desavenças recentes com a ALMG e o presidente Adalclever Lopes. Disse que Adalclever continua um “aliado de primeira hora” e pode ser o vice de Pimentel se quiser. Em suma: as relações do governo com o seu principal aliado parecem melhorar no mesmo compasso da operação Codemig.
Em tempo
Se o processo voltar a andar, sem muita demora, a venda de ações poderá ser feita até meados do ano, no prazo desejado pelo governo. Na realidade, o entrave à operação é só político: o apoio dos deputados e por extensão dos conselheiros do TCE. Desatado esse nó, a operação fluirá segundo os procedimentos padrões na Bovespa.
Devagar parando
Os indicadores econômicos estão frustrando as expectativas de crescimento no país. A última ducha fria veio do IBGE, que soltou a taxa de expansão da indústria em fevereiro: apenas 0,2%, menos da metade do previsto no mercado, e isso depois da queda de 2,2% em janeiro. Os dados neste ano tem sido decepcionantes, revelando a economia ainda muito devagar. No bimestre, indústria e serviço caíram e comércio andou de lado. Os dados de março ainda são desconhecidos, mas é improvável um avanço que possa compensar os recuos anteriores. Antes, no início do ano, analistas chegaram a fazer uma previsão de crescimento de até 1% para o PIB neste trimestre. Agora, os mesmos consideram as hipóteses de uma expansão próxima ao zero ou de uma queda de até 0,5%. Ou seja, estagnação ou retração.
Enguiço na roda
Claramente falta fôlego à recuperação econômica, que ainda passou de uma estabilização dos níveis de produção e consumo em patamares inferiores ao de anos recentes. Paramos de cair, mas custamos a subir. E a razão pode estar em outro dado do IBGE, que também apontou piora na distribuição de renda em 2017, com queda da massa salarial e do salário médio em meio ao desemprego acima de 12%. Está faltando dinheiro no bolso do brasileiro para girar o consumo que movimenta a grande roda da economia.
Longa jornada
O movimento Lula Livre surpreendeu na abrangência e organização ao irromper ontem em vários Estados com piquetes, ocupações e protestos muito variados, alguns até inusitados. A mobilização lulista mirou o STF, onde se esperava que fosse analisada nessa quarta-feira a prisão em segunda instância, abrindo a possibilidade de soltura de Lula. Mas, a pauta na Corte foi adiada. E com isso o movimento se prolonga. Há atos previstos até a próxima quarta. Pelo visto na estreia, o Lula Livre não vai parar os protestos antes que o ex-presidente saia da cadeia, ou pelo menos até as eleições.
Efeito prisão
Ibope e Datafolha estão em campo desde a última segunda-feira. Uma pesquisa se destina a consumo interno, mas a outra será publicada. Até domingo se saberá os efeitos da prisão de Lula na opinião pública e na eleição presidencial. A pesquisa será importantíssima: dependendo do cenário, partidos podem querer estimular novas candidaturas, como a de Joaquim Barbosa no PSB.
Causa própria
O PSD é o primeiro a se engajar no palanque do PSDB em Minas, talvez por ser também o maior interessado na vitória tucana no Estado depois do próprio PSDB. São pessedistas os dois suplentes de Anastasia: Alexandre Silveira e Lael Varella, este recém-filiado. Se o tucano virar governador, o PSD ficará com a sua vaga no Senado.