Ciro Gomes não tem a seu lado o maior cabo eleitoral desta eleição. Mesmo preso, Lula é a principal aposta de Fernando Haddad (PT), o verdadeiro candidato da legenda, para subir nas pesquisas e garantir uma presença no segundo turno. Ciro também não é quem tem mais tempo na propaganda eleitoral, amplamente dominada por Geraldo Alckmin (PSDB), que venceu a guerra dos apoios políticos no período de pré-campanha. Ciro Gomes também não larga na frente no quesito apoio popular. Jair Bolsonaro, no cenário sem Lula, é quem lidera os levantamentos dos institutos e, na internet, tem presença bem mais forte do que o opositor. Por fim, Ciro Gomes, longe das disputas há algum tempo, também não reúne em torno de si o recall que Marina Silva ainda tem das eleições de 2010 e 2014.
Diante de tamanha adversidade nesse pleito, que reúne cinco nomes e duas vagas na segunda etapa da disputa, o candidato do PDT tenta comer pelas beiradas e, em Minas Gerais, ao menos inicialmente, parece ter obtido sucesso ao menos na definição da estratégia. O ex-ministro e ex-governador do Ceará desembarcou no Estado na última semana para articular, no varejo, uma alternativa à falta de tempo e de palanque gerados pelo acordo no qual o PT nacional conseguiu tirar de perto dele o PSB. Sem seu antigo aliado Marcio Lacerda como candidato ao governo, Ciro traçou dois objetivos por aqui: garantir o espaço do PDT na chapa de Adalclever Lopes (MDB) e conseguir o apoio do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS). A primeira já foi sacramentada, e a segunda está plenamente encaminhada, aguardando apenas a oficialização pública.
A escolha de Fábio Cherem como candidato único ao Senado na chapa de Adalclever tende a garantir mais espaço para o pedetista no palanque eletrônico em Minas. O cálculo de Ciro é que, se o tempo de Cherem for usado para impulsionar sua candidatura à Presidência da República, ele pulará de uma para seis inserções na TV no Estado. Embora no primeiro dia Cherem tenha usado seu tempo em causa própria, mostrando apenas uma foto em que aparece com Ciro, a expectativa é que, com o correr da campanha, o presidenciável ocupe cada vez mais esse espaço para fazer frente a PT e PSDB, que possuem muito mais tempo na TV.
Para garantir a vaga ao PDT, Ciro jogou pesado. A legenda avisou que ou ficava desse jeito, ou desfalcaria a chapa. Ciro considerava fundamental essa articulação, que fez de forma semelhante em São Paulo. Sem tempo no atacado como o rival Alckmin, ele quer garantir equilíbrio indireto ao menos nos principais Estados. Assim, espera chegar ao segundo turno pelo lado da centro-esquerda.
O cálculo de Ciro é que há em curso hoje no Brasil uma espécie de semifinal. De um lado, disputariam Alckmin e Bolsonaro. De outro, ele e Fernando Haddad, com Marina correndo por fora. A lógica de Ciro, e que é a da maioria dos analistas, é que o segundo turno incluirá um competidor de cada lado. Para ele, se Alckmin crescer, Bolsonaro tem que diminuir, e, por isso, o pedetista não trabalha com a hipótese de ver os dois no segundo turno. Para vencer Haddad e chegar ao segundo turno, Ciro tem que fazer seu varejão funcionar. Na teoria, parece ser boa a ideia, mas a prática política costuma render surpresas.
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