Neste domingo teremos a “decisão” do Brasileiro, quando o líder Corinthians recebe seu maior rival, Palmeiras, e pode abrir oito pontos para o atual vice-líder – que, se vencer, diminui a vantagem, que já foi de 17 pontos, para dois, com seis jogos (18 pontos) a serem disputados por ambos.
Só por isso a partida tem ares de final, mas não nos esqueçamos do Santos, que está um ponto atrás do Verdão, mas não joga mais contra o Timão.
Mesmo que o Corinthians dependa só de si para ser campeão, sua queda de rendimento é uma incógnita para muita gente, e a crônica esportiva tenta encontrar explicações para um aproveitamento de cerca de 33% no segundo turno, ante mais de 80% no primeiro.
Tenho uma teoria um pouco diferente daquela da maioria dos colegas analistas: não foi o Corinthians que piorou, foram os outros que melhoraram. Em especial o Palmeiras, que decolou após a saída do técnico Cuca, outro mistério.
Sem medo de errar, em termos técnicos, este é o pior Campeonato Brasileiro por pontos corridos, que começou a ser disputado em 2003.
Mesmo no primeiro turno, os jogos do então incontestável Corinthians eram fracos, pouco empolgantes e, principalmente, sem jogadas de triangulação, a principal marca do Brasileirão dos cruzamentos e da bola tocada de um lado para o outro na intermediária defensiva de todas as equipes. Jogos enfadonhos!
Essa melhora dos outros times, aliada à evidente acomodação do elenco do Corinthians, fizeram a diferença, pois não é possível achar que jogadores como o esforçado Jô, o sonolento Jadson e o quase desleal Fagner fossem capazes de integrar um esquadrão. Já o goleiro Cássio, único que manteve o alto nível desde a primeira rodada, salvou seu time várias vezes.
Ainda acho que o Corinthians será o campeão, mas, como tudo na vida, quanto mais o tempo passar, mais haverá condições e informações para uma análise mais certeira.
Pode aparecer um racha no elenco, atrasos de salários ou falta de experiência do técnico Fábio Carille. Uma série de coisas que acontecem nos bastidores do futebol e que são determinantes para resultados dentro de campo.
A única coisa que não dá para dizer é que as eleições para presidente do clube, que acontecem no começo do ano que vem, estão influenciando o desempenho do time, como disse, com todas as letras, o ex-treinador do Santos Levir Culpi, demitido recentemente, sobre a equipe que então dirigia.
A esmagadora maioria dos jogadores de futebol do Brasil são completos alienados, só preocupados com seus cortes de cabelo, carrões, brincos, roupas e namoradas, no caso dos solteiros. Não se preocupam com nada que não seja relacionado a seus próprios umbigos. Talvez pudessem usar seu prestígio para tentar mudar as coisas no nosso colonial Brasil.
Veja o Cruzeiro, que ganhou a Copa do Brasil em pleno processo eleitoral.
Aliás, nos últimos anos, Levir se notabiliza por dar a entender que trabalha numa má vontade danada, sempre reclamando de tudo, como se fosse, já milionário, obrigado a aguentar os desmandos de nosso futebol. Sem bons resultados, fica chato e repetitivo.