Raça surgida no Sul de Minas Gerais há mais de 200 anos, o cavalo Mangalarga Marchador se expandiu por todo o Brasil e hoje está presente em países como Estados Unidos e Alemanha. Internamente, nos últimos anos, a equideocultura de maneira geral entrou numa escala ascendente e tornou-se um setor que impressiona pela relevância dos números envolvidos.

Nesse sentido, o Mangalarga Marchador conta com uma cadeia produtiva fundamental para os bons resultados que vêm sendo registrados nos últimos anos no agronegócio no país e em Minas. 
Hoje, o plantel da raça no Brasil conta com 741.335 mil animais registrados, dos quais quase metade está em Minas Gerais. São 303.445 animais no Estado ou 41% do total. Atualmente, possuímos o quarto maior rebanho equino do mundo, perdendo apenas para os EUA, México e China. 

Reflexos econômicos

O Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo dados do IBGE, totalizou R$ 10,9 trilhões no ano passado, um crescimento de 2,9% quando comparado com 2022. A principal evolução foi na Agropecuária, com 15,1% de alta. Aqui em Minas não foi diferente. O PIB do agronegócio no estado somou R$ 70,1 bilhões em 2023 em um PIB total no valor de R$ 1,028 trilhão. 

Estudo que vem sendo conduzido pelo professor Roberto Arruda, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo, mostra que a cadeia produtiva do cavalo no Brasil saltou de uma movimentação de R$ 16 bilhões em 2016, para cerca de R$ 30 bilhões no ano passado. Nesse contexto, o Mangalarga Marchador é uma raça com expressivo número de animais e uma participação de 31% no rebanho.

Números que evidenciam que muito além de um hobby - como ainda visto por muitos, é um negócio de uma escala de grande relevância para nossa economia. 

Expansão do Mangalarga Marchador

Ao longo dos anos, o Mangalarga Marchador cresceu e está presente em todos os Estados da Federação. Minas é dona do maior plantel e os números continuam em escala ascendente. Atualmente, a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), que completa 75 anos de atuação no dia 16 de julho próximo, contabiliza mais de 23 mil associados de todas as regiões do país e 56 núcleos regionais. No ano passado promoveu um total de 296 eventos oficiais, entre copas de marcha e exposições; 42 provas esportivas e 116 leilões, entre presenciais e on-line.  

A ABCCMM é a entidade credenciada pelo Ministério da Agricultura para fazer o registro genealógico oficial dos animais da raça no país, e tem uma ampla atuação também em frentes que buscam a qualificação de mão de obra, fomento à raça e apoio aos criadores.

Exposição nacional

Entre os principais eventos do calendário está a Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, que acontece anualmente no Parque de Exposições da Gameleira, em Belo Horizonte. Maior exposição de uma única raça da América Latina, a Nacional, esse ano tem a sua 41ª edição agendada para o próximo mês de julho, entre os dias 20 e 3 de agosto, e a expectativa é que tenhamos um público recorde, tanto em expositores quanto em visitantes. 

No ano passado, na Exposição Nacional contabilizou cerca de 180 mil visitantes e a presença de 1.585 animais, além de diversos estandes que destacavam nossa culinária e a diversidade e riqueza da nossa cultura. 

A relevância do agronegócio mineiro de maneira geral, como podemos constatar, está em plena expansão e para nós criadores e usuários da raça Mangalarga Marchador é um grande orgulho integrar e fazer a diferença nesse setor, historicamente tão caro ao povo mineiro. 

(*) Cristiana Gutierrez é presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM)