A pandemia do novo coronavírus atingiu níveis preocupantes, mobilizando autoridades, comunidade médica e população. Muitos países já tomaram medidas extremas para conter o avanço da transmissão. Estados Unidos, Espanha e Itália são os locais com o maior número de mortes registradas até o momento e seguem dentro de um cenário de pânico. Agora, os brasileiros temem que esse quadro se repita, preocupando, inclusive, pessoas com doenças reumáticas, como lúpus e artrite reumatoide.
O alerta da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) é que quem tem algum nível de imunossupressão pode apresentar quadros infecciosos de maior gravidade com risco elevado para contrair a doença. O indivíduo que usa medicamentos imunossupressores, interferindo na resposta imune a infecções, deve ter maior atenção à prevenção.
A recomendação para evitar a propagação é seguir os cuidados indicados pelo Ministério da Saúde: lavar as mãos corretamente, ou seja, com água e sabão por mais de 20 segundos e/ou usar um desinfetante à base de álcool 70%; limpar objetos tocados com frequência, evitando colocar as mãos nos olhos, na boca ou no nariz, quando não estiverem limpas. Deve-se cumprir a “etiqueta respiratória”, sempre cobrindo o rosto com o braço ou um papel descartável ao tossir ou espirrar; lavar as mãos após cada um desse evento, desprezando o papel utilizado para cobertura da face em local seguro.
As pessoas com doenças reumáticas precisam evitar locais com muita gente e, se possível, trabalhar em casa, cancelando viagens desnecessárias e mantendo contato com o médico para avaliar a necessidade de suspensão das medicações, como corticoides e imunossupressores sintéticos ou biológicos.
Os medicamentos não devem ser suspensos se o paciente não apresentar sintomas, mas cada caso deve ser analisado de forma individual. O reumatologista analisará a situação, considerando o grau de imunossupressão e os riscos para a saúde com a interrupção da medicação. Nenhum remédio deve ser usado para prevenir ou tratar a infecção sem a indicação do especialista. A melhor estratégia é investir em prevenção, ou seja, evitar a exposição, até a situação estar sob controle.
É muito importante também para quem tem doença reumática prestar atenção aos sintomas, como febre, dificuldades respiratórias e tosse, semelhantes aos sinais de uma gripe, e agir rapidamente. Contudo, a precaução não está restrita às pessoas com imunidade comprometida. Familiares, amigos e colegas de trabalho também devem estar atentos às recomendações, pois há casos de portadores assintomáticos com sintomas de forma leve e que podem contribuir com a transmissão viral.