Recentemente, durante uma aula online do sétimo ano do ensino fundamental que presenciei, um grupo de alunos causou um tumulto. Áudios inoportunos e em volume exagerado, gritos e conversas excessivas no chat acabaram por fazer a professora ter que interromper e cancelar a aula. Infelizmente, muitos professores têm descrito cenas como essas. Não bastasse a adaptação com o ensino remoto, o preparo das aulas online e todas as atividades, os professores agora se veem diante de um novo desafio: a indisciplina virtual.
A participação da família nunca foi tão importante no processo pedagógico, e agora os pais têm a oportunidade de acompanhar mais de perto o comportamento escolar dos filhos.
Temos visto que no caso das crianças menores, o envolvimento é primordial, uma vez que os pequenos não dão conta de lidar com as tecnologias e a aprendizagem sem o auxílio dos pais.
Já no caso dos adolescentes, muitos se adaptaram à rotina remota, possuindo mais independência e autonomia. Isso é excelente e almejado. Contudo, quando os pais não acompanham pontualmente as atividades virtuais, nem sempre o comportamento do adolescente é adequado. É preciso lembrar que esse filho ainda não tem maturidade suficiente para ter total liberdade cibernética, seja para uso de redes sociais, seja para assistir a aulas.
Outra questão diz respeito ao posicionamento da escola. Uma dica para evitar invasões nas aulas é criar senhas não óbvias para acesso aos links, distribuídas aos pais dos estudantes com pouca antecedência.
Nas redes sociais, há relatos de grupos de adolescentes que se desafiam a invadir aulas de colégios públicos e privados. Por isso, a senha é necessária. A escola também deve tentar identificar ações de indisciplina e fazer um trabalho de conscientização entre os estudantes.
Sobre os momentos da aula, a sugestão é que os professores trabalhem com pequenos grupos de estudantes. Normalmente, quando as aulas têm muitos participantes, fica difícil identificar quem está causando tumulto. Há ainda a possibilidade de o professor desligar os microfones dos estudantes, dependendo da tecnologia utilizada para a aula.
Mas, como normalmente incentivamos a participação discente, grupos menores contribuem para que o professor tenha mais facilidade em gerenciar essas participações.
Com o acompanhamento familiar, o gerenciamento da escola e do professor, esse novo desafio será superado, como tantos outros nessa época de ensino remoto.
Docente na área de exatas da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter