Maio deveria ser considerado o mês nacional da saúde reprodutiva feminina. Além de comemorar o Dia das Mães, neste período também celebramos datas importantes como o Dia Mundial do Câncer de Ovário, em 8 de maio, seguido pelo Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e pelo Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, em 28 de maio. Ou seja, datas emblemáticas para falarmos de fertilidade e saúde.
Dentre essas datas, vale dar um destaque especial ao Dia Mundial do Câncer de Ovário, segundo tipo de câncer ginecológico mais comum nos dias de hoje, perdendo apenas para o câncer do colo do útero. Dentre os óbitos de mulheres por câncer, o câncer de ovário é a sétima maior causa.
Os ovários são as glândulas reprodutivas femininas onde são produzidos os principais hormônios femininos e os óvulos, fundamentais para a maternidade. Diferentemente de outras estruturas do sistema reprodutivo feminino, não há um método de rastreamento efetivo para o surgimento de câncer no ovário. Dessa forma, a doença não é fácil de detectar, sendo considerada, na maioria das vezes, silenciosa.
Um dos fatores que dificulta o diagnóstico do câncer de ovário é o fato dos sintomas serem facilmente confundidos com sintomas de outras condições clínicas. Inchaço abdominal, dor abdominal e/ou pélvica, dificuldade para evacuar, sangramento vaginal anormal, cansaço e perda de apetite, entre outros sintomas podem ser indícios, alertas para a necessidade de uma investigação mais detalhada dos ovários.
A demora em surgir os sintomas também é um fator complicador para o diagnóstico precoce do câncer de ovário. Estima-se que aproximadamente 75% dos casos têm o diagnóstico quando a doença está avançada. Devido à dificuldade no diagnóstico precoce, uma conduta importante é permanecer alerta quanto aos fatores que podem aumentar o risco de desenvolver a doença, tais como: excesso de peso corporal, idade avançada, infertilidade e histórico pessoal ou familiar de câncer.
Cerca de 10% dos casos apresentam um componente genético e podem estar relacionados com alterações genéticas que surgiram na própria pessoa ou com síndrome familiares, como a síndrome de mama e ovário e a síndrome de Lynch. Por isso, o acompanhamento regular com o médico ginecologista é extremamente relevante, bem como a realização dos exames de rotina e a investigação genética, quando justificada.
Como a maioria dos cânceres, quanto mais cedo for descoberto o câncer de ovário, maiores serão as chances de um bom prognóstico e de uma vida normal.