Menos é mais. Esse é o conceito básico de eficiência energética: dosar a quantidade de energia utilizada para determinada ação a fim de obter um resultado tão bom quanto outro que foi realizado com uma quantidade maior de energia. Mas o Brasil é um país preparado para considerar a eficiência energética no dia a dia?
Um estudo realizado pelo Instituto E+, centro que aborda temas relacionados à energia, aponta a falta de eficiência energética no país. Segundo a pesquisa, o investimento nacional não chega a 50% do total aplicado por países europeus, e estima-se que, para chegar ao mesmo nível da União Europeia, por exemplo, o Brasil ainda precise de 20 anos de caminhada.
O fato é que o Brasil tem uma carência de investimentos no mercado local para a fabricação de produtos voltados à energia, não possibilitando ao consumidor e às empresas ter à sua disposição uma gama de produtos eficientes e com mais opções de escolha. Além disso, a pouca oferta de incentivos fiscais por parte do governo brasileiro a fim de ajudar desde o fabricante ao consumidor final, torna a energia renovável inviável do ponto de vista financeiro.
Ainda de acordo com o relatório do Instituto E+, atualmente o consumo de energia no país é distribuído nos seguintes segmentos: transportes (34,8%), industrial (33,8%), energético (11,2%), residencial (10,6%), comercial e público (5,2%) e agropecuário (4,4%). Observa-se que os setores de transportes e indústria são os que mais consomem energia, fator difícil de reverter por se tratar de áreas que demandam muito mais energia se comparadas às outras.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas Brasileiras de Conservação de Energia (Abesco), em um período de três anos (2014-2016) o desperdício de energia no Brasil custou R$ 61,7 bilhões para o país. Este dado deixa clara a necessidade de ações voltadas ao mercado de eficiência energética para auxiliar na redução desses gastos nas empresas e, consequentemente, na economia nacional. Apesar da necessidade de investimentos em eficiência energética para minimizar o desperdício, ainda estamos bastante defasados. Conhecimento e informação sobre esta questão são fundamentais para as boas práticas de eficiência energética não apenas nas empresas, mas em todos os lugares.
Com um consumo energético mais eficiente, o mercado local torna-se mais competitivo, as empresas reduzem os custos, mantendo ou até melhorando sua produtividade e, como resultado, a população é beneficiada com a redução do preço de produtos e serviços. Não é segredo que todo setor que possui gastos elevados com energia são os mais impactados economicamente. Portanto, são estes também os que mais devem se preocupar com a eficiência energética e como aplicá-la em seu ambiente.
Apenas dessa maneira será possível aumentar o investimento em energia renovável no Brasil para fomentar a competitividade internacional e aumentar a demanda local.