
Preconceito
Um hábito que prejudica a saúde
Novembro é o mês mundial de combate ao câncer de próstata e, também, de conscientização sobre a saúde do homem. Conforme aponta o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata está em segundo lugar entre os tipos de câncer mais comuns em homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Mas o verdadeiro vilão para nós é o preconceito, visto que muitos – 80% de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) - deixam de fazer os exames e têm, consequentemente, diagnóstico e tratamento tardios.
A palavra “preconceito” encontra, em suas raízes etimológicas, a junção de “pré”, que dá a ideia de precedente, anteriormente, primário, e “conceito”, aquilo que é compreendido sobre algo. Ou seja, conclui-se preconceito como a emissão de uma opinião antes do conhecimento integral dos fatos, tendo como parâmetro características julgadas universais e desconsiderando aquele ou aquilo que dissocia deste padrão.
Mas, se o que diferencia o homem dos outros animais é a racionalidade, o preconceito seria uma prova contrária dessa afirmação tamanha irracionalidade consiste. Pensemos: como uma ideia sem fundamento pode sobrepor o cuidado com a saúde? E cuidar do nosso corpo e mente é, inclusive, um gesto de consideração para com quem amamos. Isto porque se evita a ocorrência de inúmeras doenças, permite que tantas outras sejam tratadas logo no início e, desta forma, impede o sofrimento de nossas famílias e amigos diante de uma enfermidade que se poderia esquivar.
E todo mundo sabe que é melhor prevenir do que remediar, bordão dito pela maioria de nossos pais e avós desde a tenra idade. Infelizmente, a cultura no Brasil não segue esse conselho quando se trata de saúde. O que não quer dizer que, no geral, as pessoas não preocupem com ela. Mas os hábitos de vida vão na contramão de quem, de fato, quer viver com mais qualidade de vida.
Uma pesquisa recente feita pela Ibope online visando compreender o comportamento dos brasileiros e os impactos causados pela pandemia do novo coronavírus, concluiu que embora a maioria dos brasileiros queiram um estilo de vida saudável, apenas um terço delas conseguem mantê-lo.
O levantamento apontou que 84% dos entrevistados desejam mudar de vida porque o cuidado com a saúde tem, como principais benefícios, o estímulo do sistema imunológico, 31%, a diminuição na probabilidade de adoecer, 25%, e a promoção do bem-estar, com 21%. E a percepção deles está correta, pois a melhor forma de garantir saúde é com a adoção de hábitos saudáveis.
Não há segredo. É essencial manter uma dieta equilibrada, com ingestão de frutas, legumes, verduras e redução de alimentos processados e ultraprocessados; frequência na prática de exercícios físicos como combate ao sedentarismo; evitar o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcóolicas; buscar hobbies que dê prazer e evitar estresse e ansiedade, por exemplo. Além disso, é preciso excluir o preconceito da rotina. Esses hábitos podem salvar vidas e combater, entre outras doenças, o câncer de próstata.

