A COP26 mal acabou, e o Brasil já dá sinais de que vai ter dificuldades para manter os compromissos feitos na conferência sobre mudanças climáticas. Dados divulgados na quinta-feira (18) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que o país atingiu um triste recorde nos últimos 12 meses. Entre agosto de 2020 e julho de 2021, a área desmatada na Amazônia foi de 13.235 km². É a maior área desde 2006, quando foram desmatados 14.286 km².
Os números tornam ainda mais difícil o desafio lançado na COP26 pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Ele prometeu zerar o desmatamento ilegal até 2028, com medidas a serem iniciadas já no ano que vem.
A notícia da aceleração do desmatamento vem no momento em que países da União Europeia ameaçam barrar produtos de áreas desmatadas. Estados Unidos e China também pensam na mesma linha.
Diante de um possível boicote de commodities, o que pode impactar em cheio a economia brasileira, o comportamento das autoridades nacionais vai ser determinante para reverter a imagem atual em relação à Amazônia. Além da fiscalização e da repressão ao desmatamento ilegal, é preciso, como disse o próprio vice-presidente Hamilton Mourão, medidas como a regulamentação fundiária.
As possíveis sanções vindas da União Europeia e de Estados Unidos e China revelam uma mudança de mentalidade positiva na preservação do meio ambiente. Está cada vez mais evidente que é preciso preservar os recursos naturais não só como um dever moral da humanidade mas para sua própria sobrevivência. Por outro lado, a visão evidenciada pelas ações do governo brasileiro apontam para o sentido contrário ao do mundo moderno.