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Ela pode não ser unanimidade.
O que não dá para negar é grande identificação com o projeto vitorioso do Praia Clube.
A levantadora Claudinha está na terceira passagem por Uberlândia. São 8 temporadas desde 2008 quando chegou do São Caetano.
O nome dela está escrito na história do clube.
Claudinha foi a levantadora do time campeão da Superliga 2017/18.
Curiosamente, não é unanimidade, apesar dos 100% de aproveitamento depois das conquistas do estadual, supercopa e sul-americano.
'É difícil ser unanimidade. E nem quero. O que eu faço é meu trabalho com muita dedicação, comprometimento e profissionalismo. Deixo o meu máximo dentro de quadra nos treinos e jogos. O reconhecimento vem naturalmente'.
O bom início de temporada não ilude Claudinha:
'A gente mereceu. Ponto. Mas é passado. Hoje é pensar em Superliga e sabemos que é uma competição muito mais complicada e equilibrada. Todos os times irão crescer, inclusive o nosso. Temos obrigação de manter os pés no chão e isso o Paulo Coco faz muito bem'.
A atleta tem razão.
O Praia Clube além da Superliga, disputará a Copa Brasil e o Mundial de Clubes na Turquia.
E quem disse que o Praia não pode igualar a marca de Osasco?
'Honestamente acho sim que podemos sonhar com o título mundial. A Itália e a Turquia são muito fortes, mas o Praia Clube tem potencial'.
Aos 34 anos, ela admite que vive o ápice da carreira. Claudinha entretanto não se acomoda e busca evoluir:
'Estou muito bem fisicamente. Acho que amadureci como jogadora e mulher. Viver o ápice é uma coisa, se acomodar é outra. Isso nunca. Eu me cobro demais, talvez mais do que o normal, mas sempre fui assim por onde passei e joguei. É um eterno aprendizado e penso sempre em evoluir'.
Quando o assunto é seleção, a levantadora fala com incrível naturalidade.
'Não pensava. Deixei acontecer e não contava mais com seleção. Passei a focar no clube minha carreira. So que mudei minha cabeça e acho que tenho o direito sim de pensar em seleção brasileira. Sei que a concorrência é grande, temos ótimas jogadoras na posição, mas sei do meu potencial e do que posso entregar se for chamada'.
Claudinha diz que não tem nenhum problema com José Roberto Guimarães:
'Zero problema. Nos respeitamos e falamos normalmente quando a gente se cruza nos jogos'.
O comportamente em quadra tem chamado atenção.
A timidez de Claudinha, solteira, fica do lado de fora.
É uma das líderes do time.
'Só sei jogar e agir assim. A alegria e a união desse time fazem a diferença'.
Quando o tema é união e liderança, Claudinha enaltece a admiração por Walewska, capitã do Praia:
'Ela é uma referência. Atleta exemplar, muito profissional, respeitada e peça fundamental para o projeto. A Wal está sempre atenta, ajudando o time nos treinos e jogos, dando instruções e dicas seja dentro ou fora de quadra'.
A maneira vibrante como Claudinha contagia as companheiras chama atenção.
'Sou assim do primeiro ao último ponto e os gritos surgem naturalmente. Não provoco ninguém do outro lado. Respeito todos os advesários'.
O apelido de bagunceira não incomoda:
'Nem um pouco'.
Ela diz que Claudinha babunceira surgiu por causa da música de Claudia Leitte.
'Achei carinhoso e se a torcida gosta e curte não vejo problema em ser bagunceira'.