O Cruzeiro começou a temporada tendo como homens de beirada no ataque William Pottker e Felipe Augusto. O primeiro, nas três partidas que teve pelo Mineiro, não correspondeu. O segundo estreou agradando, mas caiu de produção na derrota para a Caldense. No triunfo sobre a URT, no último sábado, Airton e Bruno José deram sinais positivos. Levando-se em conta esses diagnósticos e o passado recente dos dois últimos mencionados, não se mostra absurdo pensar em mudanças nas pontas. Considero um perigo desistir precipitadamente de atletas com bom potencial. Mesmo que nem na Série B Pottker tenha convencido pela Raposa, tendo a achar que vale insistir com ele entre os titulares. Porém, se a resposta demorar...
Airton: veloz com pouca técnica
Conforme Tostão costuma salientar, é impressionante como o Brasil revela vocação para produzir atacantes velozes, condutores de bola, habilidosos, mas com pouca técnica e também dificuldades em momentos de tomada de decisão. Airton, no último sábado, se enquadrou perfeitamente nesse estereótipo. Claro que o ponto do seu repertório a ser esmerado, o acabamento das ações, pode evoluir simplesmente com um pouco mais de cancha – sua amostragem no futebol profissional é pequena para tomar conclusões definitivas. Com uma clarividente orientação no sentido de apontar as diferenças entre precisão nos fundamentos, inteligência para o jogo, e talento puro, tem tudo para acelerar esse processo.
Centroavante celeste
Ainda que o time tenha melhorado no segundo tempo da vitória diante da URT, quando Moreno ganhou oportunidade, não imputo à entrada do boliviano o crescimento azul. Menos consistente do que na temporada passada, Sóbis, até pelo crédito que carrega, há de seguir como titular no comando do ataque. Ademais, caso materializada a perda de espaço de Pottker pelas extremidades, não o descartaria na função de centroavante – na qual velocidade e eficiência nos dribles seriam fatores menos decisivos.
DELEITE ESTÉTICO
Poucas coisas são tão estimulantes no futebol atual quanto assistir ao fulguroso início de Haaland. Beira o inacreditável ver um jogador tão forte e grande unir a essas valências tamanha habilidade e notável refinamento. Em um dos dois tentos que o “Cometa” anotou contra o Sevilla, vi um exemplo de como até zagueiros tarimbados já se apavoram quando esse goleador nato engata uma arrancada desembestada rumo à meta inimiga.
Duelo histórico
Se, por um lado, observar Haaland é fruir artisticamente, por meio do futebol, relações, sentimentos superiores a aqueles que rotineiramente entram em vigência dentro dos limítrofes universos de possibilidade do torcedor médio, por outro lado, tudo fica ainda mais catártico, épico, recompensador em um jogo como foi o da última rodada. Na partida, Haaland fez dois gols contra o Bayern – e olha que o atleta fora substituído no início da etapa derradeira –, e Lewandowski castigou o Dortmund marcando três vezes.
Nada normal
A batalha de Haaland e Lewandowski, tão idiossincráticos em seus feitos, elevou o espetáculo, no último sábado, a um outro plano.
Sombra?
Gerrard teve atuação impressionante no título escocês do Rangers, impedindo o deca consecutivo do Celtic. Com Klopp trepidando...