A estranha história da pessoa magra com barriga grande.
Creio que todos nós conhecemos um caso semelhante, e era exatamente isso que estava acontecendo com Roberto.
Roberto era um homem de negócios, fiel à rotina e muito compromissado. Ia a dezenas de almoços de negócios, reuniões em happy hours e ao chegar em casa sempre tomava uma cervejinha, pois ninguém é de ferro.
Ele, como milhares de outras pessoas, se sentia desconfortável com o tamanho de sua barriga que parecia crescer mesmo quando Roberto reduzia a alimentação. Quanto mais confortável ficou a vida financeira, maior a circunferência de seu abdômen.
A vida sexual também já não era mais a mesma, além da dificuldade de se sentir bem em frente ao espelho, se sentia cansado e sem vigor, sabia que não estava sendo o melhor parceiro do mundo.
O mais estranho é que não se sentia gordo, seu corpo parecia o mesmo, nem o peso havia mudado tanto, só a barriga estava diferente.
Ao fim de um dia estressante, voltou para casa, durante o jantar sentiu um aperto estranho no peito. A sensação passou, mas, preocupado Roberto procurou um cardiologista no dia seguinte.
Roberto não estava pesado, seu peso estava dentro dos limites do índice de massa corporal (IMC), mas sua pressão estava aumentada e os exames muito alterados, além disso, saiu da consulta com a recomendação de reduzir a circunferência abdominal para menos de 102 cm. Como podia estar no peso ideal e ter que reduzir a barriga? Poderia ele resolver o problema com uma lipoaspiração?
O cardiologista explicou: a escolha de alguns alimentos, principalmente os derivados de animais, como carnes gordurosas e leites, associada a bebidas alcoólicas, mesmo que não tenha um número de calorias suficientes para causar aumento de peso, geram uma situação inflamatória que acumula gordura entre as vísceras abdominais, lugar onde a lipoaspiração não chega. Essa condição também estimula o deposito de gordura em veias, artérias e músculos, o que aumenta a pressão e pode gerar problemas graves, como ataques cardíacos e AVCs.
Em casos como o de Roberto, é melhor trocar a balança por uma fita métrica e entender que nem sempre é necessário comer menos, mas qualificar seus hábitos alimentares.
Faça trocas inteligentes, foque os alimentos que desinflamam, como: brócolis, abacate, cebola, tempere saladas com limão, azeite, gengibre, alho, que funcionam como “vassouras” dentro de seu organismo, limpando seus vasos sanguíneos. Além disso, evite o consumo de bebidas geladas e gasosas durante as refeições.
Saúde vai muito além do peso, que muitas vezes é menos relevante para o coração do que o tamanho do abdômen. A barriga cresce por motivos individuais. Se você, assim como Roberto, não está feliz com a sua, descubra os motivos e tente resolvê-los antes que seu coração reclame.
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