Retomada do emprego

Micro e pequenas empresas geram 18 mil postos de trabalho em agosto em MG

No total, Estado teve saldo positivo de mais de 28 mil vagas no mês, que registrou o melhor resultado do ano até agora

Por Rafaela Mansur
Publicado em 16 de outubro de 2020 | 18:50
 
 
 
normal

As micro e pequenas empresas foram responsáveis por 63,8% dos 28.339 postos de trabalho criados em Minas Gerais em agosto, mês que registrou o maior saldo de vagas do ano e obteve o melhor resultado para o período nos últimos dez anos. Os pequenos negócios abriram 18.100 oportunidades, um aumento de 51,9% em comparação com julho. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, e analisados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A recuperação do saldo positivo de empregos começou lentamente em junho, após fortes quedas entre março e maio, devido às restrições provocadas pela pandemia do coronavírus. As micro e pequenas empresas que mais criaram postos de trabalho em agosto são do setor de construção civil, com saldo de 5.453 vagas.

Os setores da indústria (5.229), comércio (4.248) e serviços (3.695) também tiveram resultados positivos. Apenas na agropecuária, o saldo foi negativo (-525), com mais desligamentos do que admissões no mês. Considerando empresas de todos os portes, a indústria foi o setor que mais se destacou na geração de empregos, com saldo positivo de 10.108 postos de trabalho em agosto.

De acordo com o superintendente do Sebrae Minas, Afonso Rocha, os resultados confirmam a tendência de retomada da economia, mas, no ano, o saldo acumulado de postos de trabalho ainda é negativo em Minas Gerais. Entre janeiro e agosto, ocorreram 973.175 admissões, ante 1.043.159 desligamentos, resultando em perda de 69.984 vagas, a maioria (48.347) entre as micro e pequenas empresas.

“Infelizmente, o resultado nos deixa em um patamar próximo ao de 2015, quando o Brasil sofria os efeitos de uma crise político-econômica”, afirma Rocha.

Belo Horizonte é a cidade com maior saldo de vagas de emprego em agosto, com criação de 4,3 mil postos de trabalho. Em seguida, Betim, na região metropolitana, com 1,4 mil vagas, e Contagem, na mesma região, com 1,3 mil.

De acordo com com a assistente da unidade de inteligência do Sebrae Minas, Gabriela Martinez, a tendência é que o saldo de vagas continue em patamar positivo em Minas Gerais nos próximos meses.

"Com a reabertura do comércio e a retomada das atividades, muitas empresas que tiveram que cortar funcionários estão tendo necessidade de recontratação. A expectativa é que continue assim, principalmente porque agora vem o final de ano, com as festas de Natal. A previsão é que os setores de comércio e serviços tenham mais destaque", diz Gabriela, ressaltando que, sobretudo a partir de novembro, começam também as contratações temporárias. 

A Controtel, empresa especializada em segurança eletrônica para condomínios localizada no bairro Sagrada Família, na região Leste de Belo Horizonte, contratou um funcionário para o cargo de auxiliar administrativo em agosto. No início da pandemia, quando os condomínios começaram a sentir o aumento da inadimplência, a empresa perdeu alguns contratos e precisou reduzir o valor cobrado aos clientes.

A companhia também aderiu à proposta do governo de redução de jornada de trabalho dos funcionários, para não precisar demitir ninguém, e adotou mudanças de logística. "Tem funcionado bem dessa maneira e, em agosto, tivemos que contratar mais uma pessoa, porque a demanda aumentou um pouquinho e uma funcionária entrou de licença-maternidade", conta o sócio Paulo Renato Matos Gonçalves.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!