O projeto sancionado ontem pelo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, que destina R$ 237,5 milhões ao transporte coletivo de Belo Horizonte prevê o aumento de viagens de ônibus na capital. Mas a lei está longe de colocar fim à triste saga enfrentada pelos usuários do sistema. Ainda é preciso discutir a modernização do modal na cidade.
Os principais problemas enfrentados pela população estão relacionados à superlotação, aos atrasos e à má conservação dos veículos. As estações e os pontos de espera também entram na lista de reclamações. A prestação do serviço não condiz com uma das tarifas mais caras entre as capitais do Brasil.
A má qualidade do transporte afeta diretamente a vida dos usuários, com repercussão na saúde e na qualidade de vida em geral, além de restringir as já escassas oportunidades de emprego, ao dificultar a mobilidade dos cidadãos, especialmente dos moradores das periferias.
Outro impacto econômico da precariedade do transporte é a ausência de uma oferta robusta de coletivos no período noturno. Isso afasta clientes e trabalhadores de setores que funcionam à noite, como bares e restaurantes.
A expectativa é que a lei sancionada ontem amplie o número de viagens no período noturno, mas mesmo antes da pandemia a falta de ônibus sempre foi um grande problema para quem estuda ou trabalha à noite.
O cumprimento desse recente acordo entre prefeitura e empresas de ônibus vai depender essencialmente da fiscalização pela população que utiliza o sistema. Ouvir as necessidades de quem depende dos coletivos é fundamental também para solucionar esse problema histórico de Belo Horizonte e modernizar a mobilidade urbana na capital mineira.