O crescimento da economia chinesa abaixo do esperado no terceiro trimestre acende sinais de alerta para o Brasil e, em especial, para Minas Gerais. O principal parceiro econômico de brasileiros e mineiros sentiu os efeitos dos apagões elétricos, dos problemas logísticos causados pelo fechamento de portos por Covid-19 e desabastecimento de componentes. Com isso, o PIB cresceu 4,9% no período, abaixo das projeções de 5,1% dos analistas internacionais e muito atrás das taxas de 7,9% no segundo trimestre.
Mas é motivo de especial atenção para os exportadores nacionais a produção industrial ter avançado quase um ponto percentual a menos do que o projetado e desacelerado fortemente em relação ao crescimento de agosto. De janeiro a setembro, a China importou o equivalente a US$ 13 bilhões (FOB) de Minas, em especial minério de ferro, café e soja. Os chineses avançaram como destino de 39% das exportações mineiras nos primeiros nove meses do ano passado para 44% em igual período de 2021. No âmbito nacional, o país asiático foi responsável por comprar 33% de todo produto exportado.
O problema é que essa pauta, concentrada em commodities, além de ter um valor agregado menor do que o dos produtos industriais e tecnológicos, é vulnerável às instabilidades do cenário internacional, o que pode afetar receitas essenciais para a sustentação da economia estadual, bem como para a geração de empregos.
A China passa por uma forte reestruturação de sua matriz energética, o que sugere maiores custos no curto e médio prazo, bem como novas instabilidades. Isso mostra importância de Brasil e Minas diversificarem e sofisticarem sua produção já para não se verem subjugados aos humores do mercado internacional e privados, futuramente, de recursos para crescerem.