O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, informou em uma reunião com 130 prefeitos “o dia D e a hora H” do início vacinação contra a Covid-19: quarta-feira (20), às 10h. De acordo com o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, que participou do encontro, o governo quer aplicar 400 milhões de doses do imunizante em 2021. A projeção é um passo em direção à imunização, mas depende de algumas variáveis para se concretizar. A aprovação das vacinas pela Anvisa e o desafio logístico são alguns desses fatores.
O anúncio do início da vacinação causa euforia, mas também é cercado por dúvidas. Pelo menos até a tarde de ontem, por exemplo, Fiocruz e Butantan não tinham enviado à Anvisa documentos que estavam faltando para que a agência pudesse decidir sobre a aprovação do uso emergencial das vacinas. Além disso, ainda está obscura a situação de alguns Estados sobre a disponibilidade de agulhas e seringas para aplicar a carga inicial de doses. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski solicitou, ontem, que Estados e o DF informem em cinco dias sobre o estoque desses insumos, necessários para aplicar a vacina.
O efeito alentador do anúncio feito por Pazuello foi reduzido também pelo noticiário do agravamento da pandemia em Manaus (AM). A cidade vive o terror, com hospitais sem oxigênio, doentes levados a outros Estados, cemitérios sem vagas e toque de recolher.
Após a aprovação das vacinas pela Anvisa, será necessária uma articulação entre União, Estados e municípios para que o processo de imunização aconteça em velocidade superior à da pandemia, que avança a cada dia. Diante de tantas dificuldades, a capacidade de logística e gestão dos líderes públicos vai ser fundamental para a salvação da vida dos brasileiros.