Editorial

Energia verde

Biocombustíveis, questão ambiental e crise energética


Publicado em 21 de junho de 2021 | 03:00
 
 
 
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No momento em que os países economicamente desenvolvidos colocam na mesa as cartas do desenvolvimento sustentável e do controle de emissões, o Brasil dispõe de um trunfo poderoso nesse jogo. Um relatório da organização ambiental WWF mostra que o país tem o potencial de produzir biocombustível suficiente para abastecer 72% da demanda dos veículos leves até o fim desta década sem desmatar matas nativas ou ocupar espaço de lavouras alimentícias.

A projeção dos pesquisadores é que a substituição dos combustíveis fósseis por etanol ou biodiesel derivado da soja é capaz de evitar a emissão de 350 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. Isso é mais do que um país como a Espanha emite por ano.

Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar, desde 2003 – quando foi lançada a tecnologia flex –, o etanol evitou a emissão de 556 milhões de toneladas de gás carbônico. Isso equivale a mais do que o Reino Unido e a Bélgica lançam na atmosfera juntos.

Quando o mundo inteiro sofria os efeitos da primeira crise do Petróleo, o Proálcool havia colocado o Brasil à frente, mas a falta de incentivos e de consciência da vantagem conquistada levaram ao enfraquecimento do programa ao longo dos anos. Atualmente, com o RenovaBio, há uma nova sinalização para a bioenergia, não apenas para veículos automotores, mas, inclusive, para a produção de energia elétrica – um ativo cuja essencialidade a atual crise hídrica reavivou. Estudos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) mostram que a energia da queima do bagaço e da palha dos canaviais é capaz de atender 100% da demanda residencial do país. Só é preciso incentivo para transformar esse potencial em riqueza sustentável e limpa para o país.

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