Mercado maduro

A existência de cerca de 30 milhões de vegetarianos no Brasil desperta um novo mercado de grande potencial. Esse volume equivale a 14% da população do país ou a uma vez e meia o número de habitantes de Minas Gerais. E, segundo levantamento do Ibope, seis em cada dez brasileiros gostariam de adotar esse estilo de vida se houvesse mais opções.

Algumas empresas já se mobilizam nesse sentido. Uma das principais companhias de proteína animal do mundo, a Marfrig lançou no Brasil seu hambúrguer vegetal e se prepara para exportar para o Uruguai. Nestlé e McDonalds anunciaram planos de investimentos, e a rede de lanchonetes Burger King vende cerca de 1 milhão de unidades de seu Veggie Burger por ano.

Em comparação com os números globais, a movimentação financeira no Brasil é tímida. Segundo o Euromonitor, produtos vegetarianos embalados geraram um faturamento de US$ 51 bilhões em todo o mundo em 2016. Aqui, a receita foi de R$ 15,3 milhões. Mas as perspectivas são otimistas: a consultoria Ginger Strategic trabalha com taxas de crescimento anuais de até 40%.

Um dos mercados promissores é o de leites vegetais, cuja produção chegou a 4,4 milhões de litros no ano passado em território nacional. A projeção é que esse volume atinja 15,5 milhões nos próximos quatro anos, gerando um faturamento de quase R$ 200 milhões por ano. O preço, contudo, ainda é uma barreira à popularização. As bebidas vegetais custam cerca de três vezes mais que a tradicional.

Com o aumento do leque de ofertas e a conscientização dos consumidores, abre-se a possibilidade de ganho de escala de produção e concorrência, fatores essenciais para a redução de custo e a abertura de novas frentes de negócios. O que, com certeza, a saúde e a economia agradecerão.