
Pautas urgentes
Legislativo e Executivo devem trabalhar em conjunto para dar uma resposta rápida à economia
Em relatório sobre a economia brasileira divulgado na quarta-feira (2), o Fundo Monetário Internacional (FMI) conclui que o Brasil vai precisar manter apoios como o auxílio emergencial aos mais vulneráveis para evitar efeitos drásticos da pandemia. Ao mesmo tempo, o documento diz que o país deverá respeitar o teto de gastos para não diminuir a confiança do mercado na economia nacional. Segundo os diretores do Fundo, a saída para esse dilema passa por reformas estruturais. O problema é que essa solução encontra resistências políticas que vêm desde antes de a humanidade conhecer o novo coronavírus.
A reforma administrativa, por exemplo, recebida pelo Legislativo em setembro deste ano, tem no caminho obstáculos como grupos de interesses que temem perder seus benefícios. Já uma nova legislação tributária nem sequer se desenha no horizonte de forma mais concreta. O período eleitoral, até o último domingo, e as costumeiras disputas internas pelo poder em Brasília desviam o foco do que é mais importante: criar um ambiente melhor para os negócios.
Enquanto a população aguarda por sinais de esperança, é obrigada a assistir ainda ao embate pelas presidências da Câmara e do Senado. Segundo o FMI, as pautas econômicas são urgentes para que o país possa gerar emprego e evitar que as cicatrizes da pandemia se aprofundem entre os mais pobres. “Quando o auxílio emergencial terminar no fim do ano, uma melhoria substancial será necessária no mercado de trabalho para evitar um aumento elevado da pobreza e desigualdade”, diz o relatório.
Mais do que nunca, Legislativo e Executivo devem trabalhar em conjunto para dar uma resposta rápida que possa diminuir danos que podem ir além da pandemia.

