O medo de ficar sem metrô no Carnaval novamente ronda a população de Belo Horizonte. O sindicato que representa os trabalhadores do transporte realiza hoje, às 14h, uma assembleia para tratar do tema. Para que a capital não sofra com a falta do modal em plena folia, como ocorreu no ano passado, é urgente o diálogo entre a categoria, a empresa e o Ministério Público do Trabalho.
O sindicato alega que a redução no quadro de funcionários ocorre desde o ano passado, quando o metrô foi concedido à iniciativa privada, comprometendo a prestação do serviço. Diante desse diagnóstico, a categoria pede que a empresa responsável, a Metrô BH, elabore um plano que garanta a segurança dos usuários e dos profissionais durante a folia.
A mobilidade na capital no Carnaval do ano passado ficou ainda mais comprometida em razão da paralisação dos metroviários. A categoria entrou em greve às vésperas do feriado, em protesto contra os moldes do processo de privatização do metrô de Belo Horizonte.
Para este ano, a expectativa é que a folia movimente ainda mais a cidade, seguindo a tendência de descentralização. Os impactos no trânsito são inevitáveis. Ainda que o atual metrô esteja muito aquém do necessário para atender a cidade, o pleno funcionamento da linha durante o Carnaval é indispensável para a locomoção dos 5 milhões de foliões que vão fazer a festa em BH.
O Carnaval está a poucos dias de atingir seu ápice, entre os dias 10 e 13 de fevereiro. Agora, as negociações entre sindicato, empresa e poder público devem ter como objetivo garantir a segurança de funcionários e usuários do metrô.
A privatização foi a medida viável para realizar o sonho da capital de ter um metrô eficiente e sustentável. Os efeitos da concessão serão avaliados no longo prazo, e até lá será preciso diálogo e bom senso.
Por ora, o impasse em torno do metrô às vésperas do Carnaval ilustra como as falhas no transporte coletivo são um dos obstáculos para a expansão não só da folia, mas de toda a cidade.